Artigos
Mulheres e pouco a comemorar

São dois perigos que nos cercam. Estamos, por um lado, oprimidos pela Inteligência Artificial. E, do outro lado, pela inteligência natural
Foto: Reprodução
Nessa brincadeira que Donald Trump está fazendo com o mundo, o resultado é preocupante, até porque não se tem a menor ideia de qual será. São tantas as formas e as possibilidades de um desastre gigantesco no planeta e qualquer especulação não passa disso mesmo: apenas especulação. Não se pode nem dizer que há um uma previsão, premonição ou antecipação. A única certeza é de que certo não dará. Nós estamos cercados de perigos.
São dois perigos que nos cercam. Estamos, por um lado, oprimidos pela Inteligência Artificial, que é outra coisa que não vai dar certo no final. E, do outro lado, pela inteligência natural. É um cerco semelhante ao que está se dando na geopolítica internacional. De um lado, temos Trump. E, de outro, temos algo tão grave quanto, embora com uma forma aparentemente civilizada e adulta, que é a politização da questão ucraniana pelos governantes europeus.
Essa crise com Trump e a guerra da Ucrânia estão ambas sendo usadas pelos governos europeus com dificuldades políticas como uma alavanca em seus respectivos países. Esse é o caso da França, por exemplo. As dificuldades internas do presidente Emmanuel Macron são imensas, e a saída temática e propagandística que a guerra e Trump oferecem é o ideal para ele. Macron já pautou até assuntos de armamento nuclear, tal o desespero para aproveitar essa maluquice dupla e fazer os franceses esquecerem a situação interna do próprio país e todo mundo cair numa preocupação muito maior, que é a preocupação das decorrências de uma guerra ou de algo muito próximo de uma guerra.
O perigo é imenso, porque esses políticos europeus e tradicionais, como os políticos em geral, não pensam nas dificuldades e nas necessidades da humanidade. Pensam no futuro deles e no que lhes interessa. O político clássico é assim e esses que estão hoje na Alemanha e na França são ultra convencionais.
São incapazes de algo realmente novo, de uma visão humanitária e de uma ideia de civilização, porque o resto do mundo vem como sobra e adendo. Então, o perigo que nós corremos tanto vem da Europa como vem dos Estados Unidos. Um indicativo disso é que eles só falam em China e Rússia, não falam dos seus problemas internos. Trump, por exemplo, está chutando tudo para as tarifas de produtos estrangeiros. O problema está sempre nos outros, nunca neles.
* A análise foi feita pelo jornalista no programa Três Pontos, da Rádio Metropole, transmitido ao meio-dia às quintas-feiras
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.