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40 anos de Axé por quê? Não se pode esquecer a Magia
O que aconteceu em 85 que marcou o surgimento do Axé? E aqui surge o nome (ou melhor, o título) que precisa ser mencionado: “Magia”, o primeiro LP de Luiz Caldas
Foto: Reprodução
"40 anos de Axé Music...", "40 anos de Axé...", "Axé, 40 anos...", por toda parte se ouve falar no aniversário do movimento musical baiano que sacudiu e abalou o mundo inteiro. É justo. Mas, a impressão que dá, muitas vezes, é de que poucos sabem porquê o Axé está comemorando quatro décadas agora em 2025. Alguns textos, matérias e artigos quase insinuam que alguém decidiu escolher uma data aleatória e salpicar-lhe a efeméride. Então, por que mesmo o Axé Music faz 40 anos neste ano e não o fez no ano passado ou não fará no ano que vem? Uma conta fácil indica que, se faz 40, o movimento nasceu em 1985. Ora, a música baiana cantada em trio elétrico já existia bem antes. Discos também — o Chiclete com Banana, por exemplo, lançou o seu primeiro em 82. A pergunta, portanto, permanece: o que aconteceu em 85 que marcou o surgimento do Axé? E aqui surge o nome (ou melhor, o título) que precisa ser mencionado: "Magia", o primeiro LP de Luiz Caldas.
Foi esse álbum, especialmente com a primeira faixa de seu lado B, "Fricote", do próprio Luiz em parceria com Paulinho Camafeu, que colocou o Axé (ainda sem esse rótulo) no Brasil inteiro. Lançado pelo selo Nova República, do produtor Roberto Sant'Anna, o disco gravado no estúdio WR revelava ao país um artista versátil, capaz de tocar reggae, balada, rock, lambada, merengue, samba afro e outros ritmos, tudo com a mesma naturalidade formada nos bailes e nos trios. O estouro de "Fricote" ("Nega do cabelo duro...") abriu as portas e nacionalizou o mercado musical baiano, inclusive ajudando a inverter o fluxo: artistas morando e gravando aqui e mandando daqui para o mundo, sem precisar mais pegar um Ita no Norte pra ir pro Rio morar. Blocos e empresários locais dando as cartas. Danças e ritmos das ruas da cidade influenciando artistas internacionais. A isso chamamos Axé Music.
E não podemos esquecer a magia que o impulsionou. Mesmo porque "Magia", o disco, ainda tem lições de que talvez o Axé atual necessite.
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