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Quinta-feira, 21 de novembro de 2024

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Artigo: 2019, o ano perdido do Vitória

Artigo: 2019, o ano perdido do Vitória

Quem não reconhece os seus erros está fadado a repeti-los!

Artigo: 2019, o ano perdido do Vitória

Foto: Pietro Carpi / ECVitória

Por: Diego Assis no dia 29 de novembro de 2019 às 17:01

 O ano de 2019 acabou pro torcedor do Vitória naquele gol espírita e fatidicamente inesquecível de Carleto no último minuto de partida contra o Operário de Ponta Grossa. O réveillon rubro negro tem a data 19 de novembro de 2019.

Um ano perdido! O 2019 do Vitória foi do início ao fim uma sucessão de erros e acontecimentos sem precedentes na história rubro-negra, e por isso ele não deve ser esquecido. 2019 é um ano pra esquecer? Não!

Recentemente uma das frases que mais tenho ouvido é “aquele que não reconhece os seus erros está fadado a repeti-los”, dura e fundamental verdade. O Vitória, em todas as suas esferas, precisa aprender com os seus erros.

Ouso-me a dizer que nem o mais velho(a) (ou mais sábio(a)) rubro-negro(a) dirá que viu um ano em que esse time sofreu tanto, um time tão ruim tecnicamente, perdas doídas fora do futebol profissional masculino, ambiente conturbado nos bastidores. Tudo junto, batido no liquidificador, é a receita da tragédia. “Ah Diego, mas apesar dos pesares nos salvamos, tanta coisa pior ocorrendo no Brasil e você anunciando catástrofe por futebol?”

Diria alguém antes de mim que “o futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes”, e neste sentido, falando por mim por exemplo, o futebol do Vitória ampliou algumas angústias, foi responsável por noites mal dormidas, inclusive, levou este eterno estudante de humanas a se aventurar nos cálculos. Que heresia!

A simples permanência de um clube da dimensão do Vitória numa série B é uma estagnação histórica que atrasa qualquer projeto bem elaborado de futuro (o que não é o caso aqui, mas enfim). Apenas se manter na série B é pro Vitória perda de tempo, perda de um ano inteiro, perda de construção e oportunidade de fincar raízes sólidas em função de um projeto maior. O futebol masculino doeu, mas o que doeu também em muita gente, inclusive não rubro-negros que estão vendo no futebol feminino um novo esporte pra acompanhar, foi o desmanche do nosso time campeão baiano invicto e o único representante nordestino na elite nacional. Doeu ver Verena se despedindo, artilheira que conquistou a torcida com carisma e gols, Rute, nossa lateral esquerda cotada na seleção brasileira acabou indo jogar no rival. Maryana, goleira que se destacou no campeonato nacional também se despediu em meio ao cenário de encerramento da categoria em 2019.

Dói muito por perder nossas atletas, mas dói ainda mais pelo retrocesso de um projeto que caminhava pra dar certo. A hegemonia regional já era nossa e estávamos no caminho pra alcançar um certo protagonismo nacional. Acabou. Por falta de visão vamos TENTAR recomeçar do zero. Tomara que dê certo.

Nos bastidores do clube vivemos um rompimento de uma jovem cultura democrática, as listas de sócios pararam de ser publicadas no intervalo estatutário previsto (na verdade só foi publicada uma vez, parcialmente, desde que a nova diretoria foi empossada), já vivemos dois golpes na AGE, instituto máximo do clube que conta com a presença dos sócios, e não temos previsão de quando o seu rito será efetivamente respeitado. 

Somado a tudo isso, voltamos aos tempos em que não existe transparência (tempos literalmente obscuros), onde o Vitória contratou um atleta com 5 anos de contrato sem saber quanto foi pago, onde Jordy foi contratado num momento onde dizia-se não ter dinheiro, o elenco feminino que eu citei acima foi desmanchado pela mesma desculpa e pipocavam denúncias de atrasos de salários no time masculino, bem como entre os funcionários do clube. É ingerência, irresponsabilidade ou alguém está bancando esses atletas? Se alguém, quem? E está fazendo isso por quê? O que Vitória dará em contrapartida? São perguntas necessárias que precisam ser respondidas.

Por fim, ventila-se uma possível proposta de transformação do Esporte Clube Vitória novamente numa S/A, uma empreitada trágica já vislumbrada pela torcida rubro-negra, mas que apresenta-se cinicamente como novidade salvadora. Perigoso e precisamos estar atentos pro futuro nesse sentido.

Vocês perceberam que esse texto é um tanto óbvio, né? Pouco propositivo... É mais um apanhado pra que nossa memória não deixe escapar.

Os erros que começaram no dia 01 de janeiro de 2019 se perpetuaram por todo ano, excesso de contratações, 5 treinadores, ausência completa de planejamento (vide a aventura irresponsável e economicamente prejudicial na Arena Fonte Nova), enfim, os erros são tantos que tratarei deles em outro texto no futuro, neste, pra concluir e poupar-lhes de mais linhas, só acho preciso reforçar:

Quem não reconhece os seus erros está fadado a repeti-los!

Internalizemos isso como um mantra, em todas as esferas do clube, pra que 2020 não repita 2019, afinal este foi um ano pra ser eternamente lembrado, jamais esquecido.

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