Saúde
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Badaró diz que não há evidências de que ozonioterapia é eficaz contra a Covid-19
Infectologista aponta que oferta de oxigenação por mecanismos tem eficácia mais notável em pacientes internados com coronavírus
Foto: Metropress
O médico infectologista Roberto Badaró comentou o surgimento de uma nova terapia com eficácia duvidosa contra o coronavírus. Em entrevista a Mário Kertész hoje (6), na Rádio Metrópole, ele declarou que a ozonioterapia, que consiste na aplicação da substância por via retal, não apresenta eficácia comprovada no tratamento da doença. A medida foi defendida pelo prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB), que anunciou nesta semana que a cidade fará parte de um estudo para utilizar a introdução no tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus.
"Não há nenhuma evidência cientifica de que uma oferta de ozônio tenha eficácia na terapia. Nós fazemos quando o paciente tem a pneumonia e baixa saturação a oferta de oxigênio por três mecanismos básicos: Ou a gente faz por um cateter de oxigênio, respiração canular ou máscara. Se esses três não são suficientes, podemos fazer pela entubação e ventilação mecânica. Agora a ozonioterapia eu não conheço ninguém que faça", afirmou Badaró, em resposta a perguntas de ouvintes da Metrópole.
Questionado por MK sobre o porquê da utilização da medida por via retal, o infectologista explicou que alguns tratamentos levam em conta a absorção das substâncias. "A mucosa retal tem uma absorção muito grande. Lembro que um dos tratamentos do paciente com tétano, que dá um espasmo terrível, a gente fazia uma contenção e induzia o relaxamento do paciente, que fica todo duro, fazíamos uma anestesia para o paciente não ter esse espasmo. Para a ozonioterapia, devem usar essa via porque haja melhor absorção. Mas não tenho nenhum conhecimento técnico sobre isso, até porque essa terapia não é algo que esteja na medicina alopática", declarou o especialista.
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