Saúde
ABHH repudia uso indevido de implantes hormonais e cobra medida da Anvisa
A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) também criticou a banalização da divulgação desses produtos em redes sociais
Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil
A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) se posicionou, em uma nota oficial, contra o uso indevido de implantes hormonais e, se juntando a outras entidades da área, cobrou medidas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A associação alerta que, nos últimos anos, a população brasileira vem sendo exposta “a uma alarmante e crescente utilização indevida de implantes hormonais”, que frequentemente contém esteroides anabolizantes e são “divulgados e prescritos como parte de estratégias que fazem apologia a um corpo perfeito e a um suposto estilo de vida saudável”.
A ABHH também critica a banalização da divulgação desses produtos em redes sociais e chega a citar implantes que são vendidos em consultórios médicos como “chip da beleza”, tratamento da menopausa, antienvelhecimento, para redução da gordura corporal, para aumento da libido e da massa muscular, tudo isso motivado por um viés comercial.
“Não existe dose, tampouco acompanhamento médico, que garanta segurança para o uso de hormônios para fins estéticos ou de performance. Os efeitos colaterais podem ser imprevisíveis e graves, com os riscos ultrapassando qualquer possível benefício. Casos de infarto agudo do miocárdio, de tromboembolismo pulmonar e de acidente vascular cerebral vêm se tornando frequentes”, alerta a entidade, citando ainda complicações cutâneas, hepáticas, renais, musculares e manifestações psicológicas e psiquiátricas, como ansiedade, agressividade, dependência, abstinência e depressão.
Em outubro do ano passado, os chamados de chip da beleza foram proibidos pela Anvisa, após sociedades médicas alertarem para os riscos associados. Agora, chamando atenção para o agravamento do cenário, especialmente no uso de implantes subcutâneos para fins estéticos e de performance, a ABHH pede que a Anvisa "cumpra sua finalidade institucional" de "promover a proteção da saúde da população pelo controle sanitário" e pede apoio do Ministério da Saúde.
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