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Cremesp notifica Anvisa para proibir uso de PMMA em procedimentos estéticos

Saúde

Cremesp notifica Anvisa para proibir uso de PMMA em procedimentos estéticos

Influenciadora pagou R$ 3.000 pelo procedimento realizado em 23 de junho, e sua morte foi confirmada na última terça-feira

Cremesp notifica Anvisa para proibir uso de PMMA em procedimentos estéticos

Foto: Reprodução/redes sociais

Por: Metro1 no dia 05 de julho de 2024 às 19:08

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) notificou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta sexta-feira (5) para proibir, de forma cautelar, a distribuição e comercialização de produtos à base de polimetilmetacrilato (PMMA) em procedimentos de saúde em geral ou estéticos. A ação foi motivada pela recente morte da influenciadora digital Aline Ferreira, de 33 anos, após complicações decorrentes da aplicação de PMMA nos glúteos.

A influenciadora pagou R$ 3.000 pelo procedimento realizado em 23 de junho, e sua morte foi confirmada na última terça-feira (2). “Produtos à base de PMMA pertencem à Classe IV – máximo risco -, de modo que a ausência de restrições em relação à sua comercialização acaba representando uma ameaça à saúde e segurança da população”, afirmou Eliandre Palermo, conselheira responsável pela Câmara Técnica de Dermatologia do Cremesp. Alexandre Kataoka, coordenador do departamento de Comunicação do Cremesp, destacou que o PMMA não é recomendado para fins estéticos devido ao elevado risco de complicações graves, irreversíveis e até óbito.

Atualmente, a Anvisa permite a venda de produtos à base de PMMA para preenchimento cutâneo e muscular com finalidade estética ou reparadora. A notificação do Cremesp solicita uma resposta em até 48 horas e adverte que, em caso de descumprimento, o tema poderá ser levado à Justiça. Procurada, a Anvisa confirmou o recebimento do ofício e disse que o pedido será avaliado com a maior brevidade possível, mas enfatizou que "não regula procedimentos estéticos ou de saúde", papel que cabe aos conselhos profissionais e sociedades médicas.

O procedimento que resultou na morte de Aline foi realizado em uma clínica em Goiânia por Grazielly da Silva Barbosa, que se apresentava como biomédica, mas não possui diploma na área da saúde. Segundo familiares, Aline começou a sentir febre e dor abdominal três dias após o procedimento e, mesmo após ser medicada e liberada por um hospital, desmaiou e foi internada no Hospital Regional de Asa Norte, em Brasília, onde sua morte foi confirmada em 2 de julho. A defesa de Grazielly ainda não se pronunciou sobre o caso.