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Nordeste tem menor taxa de potenciais doadores de órgãos; escolaridade influencia índice

Saúde

Nordeste tem menor taxa de potenciais doadores de órgãos; escolaridade influencia índice

Mais de 45 mil pessoas aguardam por transplante de órgãos no Brasil

Nordeste tem menor taxa de potenciais doadores de órgãos; escolaridade influencia índice

Foto: Clarice Castro/Agência Câmara de Notícias

Por: Luciana Freire no dia 14 de setembro de 2021 às 17:07

A região Nordeste tem a menor taxa de brasileiros que manifestam desejo de serem doadores de órgãos. São cerca de 59%. Enquanto o Sudeste tem a maior taxa, com 73% de potenciais doadores. O dado foi revelado por uma pesquisa Datafolha, realizada de 2 a 7 de agosto de 2021 com 1.976 pessoas de 18 anos ou mais, de 129 municípios, pertencentes a todas as classificações econômicas, conforme critérios do PNAD 2019.

Ainda segundo a pesquisa, a intenção de doação de órgãos diminui com a idade, mas aumenta com a escolaridade (56% entre aqueles com ensino fundamental versus 79% dos brasileiros com ensino superior), com a renda (55% nas classes DE e 78%, na classe AB), e com a associação a uma pessoa transplantada ou na fila para receber a doação.

Para o médico Paulo Bitencourt, presidente do Instituto Brasileiro do Fígado, esse último fator explica a discrepância da mobilização de doação entre as regiões. "É nos grandes centros que ocorre com maior frequência o procedimento de transplante. A pesquisa revela que quem conhece alguém nesta situação de precisar de um órgão, ou ser transplantado, tem mais comprometimento com a causa, manifesta seu desejo, e, consequentemente, interfere nesse índice de potencial doador. Essa não é a realidade da região Norte e Nordeste, que realizam pouco esse procedimento", explicou.

De acordo com dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABDO), cerca de 1.126 pessoas estão na fila de espera por um transplante de fígado e mais de 45 mil pessoas aguardam por um transplante de órgãos sólidos e de tecidos. Aliando-se ao Instituto Brasileiro do Fígado, a ABDO lançou a campanha “Seja Doador de Órgãos e Avise sua Família”, para tentar sanar outro dado preocupante revelado pela pesquisa da Datafolha: 7 em cada 10 brasileiros declararam que gostariam de ser doadores de órgãos por falecimento, mas cerca de metade destes potenciais doadores (46%) não informou à família sobre este desejo.

Os homens avisam menos a família e quanto menor o nível de instrução formal, menor a notificação à família. Nordeste e Centro Oeste/Norte são as regiões com menor notificação às famílias, conforme os dados desta pesquisa.