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Ganhos não compensam custos e riscos da atividade, diz representante de motoentregadores

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Ganhos não compensam custos e riscos da atividade, diz representante de motoentregadores

Ausência de direitos agrava a situação dos trabalhadores; mobilização dos motoentregadores tem ganhado força em diversas cidades

Ganhos não compensam custos e riscos da atividade, diz representante de motoentregadores

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Por: Metro1 no dia 31 de março de 2025 às 18:59

Atualizado: no dia 31 de março de 2025 às 19:07

O vice-presidente da Associação dos Motoentregadores André Freire afirmou que os motoentregadores estão há três anos sem reajuste no valor pago por quilômetro rodado. Em entrevista ao Jornal da Cidade, nesta segunda-feira (31), ele apontou que a ausência de direitos garantidos pela CLT agrava a situação dos trabalhadores, e comentou a mobilização dos motoentregadores que tem ganhado força em diversas cidades.

Freire afirmou que prática reduz a remuneração dos trabalhadores, que acabam percorrendo rotas sem receber o valor integral devido. Ele destacou que essa situação compromete a sustentabilidade financeira da categoria, levando muitos entregadores a jornadas exaustivas. "Já faz três anos que não temos reajuste no valor do quilômetro rodado (KM), que é o que realmente representa os nossos ganhos e a valorização do nosso trabalho. No lugar de aumentar esse valor, as plataformas anunciam, por exemplo, um adicional de R$3 por entrega agrupada. Mas, na prática, isso não significa um aumento real. Isso faz com que a gente acabe percorrendo trajetos sem receber a taxa integral de cada entrega. Em outras palavras, fazemos uma entrega e, no meio do caminho, deixamos outra praticamente de graça", criticou.

Ele ressaltou que a ausência de direitos agrava a situação dos trabalhadores, que precisam arcar com todos os custos da atividade, incluindo manutenção dos veículos e combustível.  "Muitos acham que estão ganhando bem, mas estão trabalhando 12, 13 horas por dia. Se estivessem no regime CLT como motofrentistas, ganhariam um salário fixo, com todos os direitos, salário-base, adicional de periculosidade, auxílio para aluguel da moto, ajuda de custo com combustível, vale-alimentação. Quando o trabalhador entende o que está abrindo mão, percebe que está ganhando R$6.000, gastando R$5.000 e ainda custeando todo o processo. Sem contar os riscos, é comum ver alguém que sofreu um acidente pedindo ajuda no grupo de WhatsApp", contou. 

Em São Paulo, manifestações reuniram milhares de trabalhadores, bloqueando vias importantes. Freire afirmou que o movimento busca maior autonomia e reconhecimento das demandas da categoria. Ele destacou que muitos entregadores percebem, ao longo do tempo, que os ganhos aparentes não compensam os custos e os riscos da atividade. O movimento pretende pressionar as plataformas por mudanças e ampliar o debate sobre a regulamentação do setor.

Confira a entrevista: