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61 anos do golpe militar: Oldack Miranda relembra luta contra o regime e tortura no Forte do Barbalho
Esta segunda-feira (31) marca os 61 anos do golpe militar
Foto: Metropress/Victor Ramos
Em 31 de março de 1964, uma terça-feira, o Brasil iniciava um dos períodos mais sombrios de sua história. Tinha início ali a Ditadura Militar que assolou o país por 21 anos, modificando a vida de milhares de brasileiros e trazendo reflexos que persistem até os dias de hoje. O jornalista e escritor Oldack Miranda foi um dos muitos que viveram intensamente a luta contra o regime. Em entrevista ao Jornal da Bahia no Ar, nesta segunda-feira (31) que marca os 61 anos do golpe militar, Oldack Miranda relembrou sua luta naquele período.
Em 1964, ele tinha 18 anos e morava no interior de Minas Gerais. Quinze dias após o golpe, seu pai foi preso, tido como comunista porque costumava ler jornais nas bancas da cidade. A família precisou deixar a cidade, esse foi o primeiro impacto da ditadura na vida de Oldack. Em Belo Horizonte, ele terminou o colegial e passou a se envolver na luta contra a ditadura. “Lá, estudei com Dilminha [ex-presidente Dilma Rousseff]. Só que tomamos caminhos diferentes, ela foi pra luta armada e eu peguei o caminho que era da Ação Popular, que a maioria era católico de esquerda”, contou.
“Entrei na faculdade e praticamente não tive chance de fazer o curso. Tive que ir para clandestinidade”, lembrou Oldack, revelando que chegou a ficar na clandestinidade em mata no Maranhão, até viajar para Salvador, em 1971, quando cumpriu seis meses de prisão. Dois anos depois, ele ajudou um amigo que estava na clandestinidade e acabou sendo dedurado por um colega que teria se aliado à repressão.
“Foi uma loucura. No Forte do Barbalho, eles não tinham uma câmara de tortura, então improvisaram na vizinhança do gabinete do comando. Primeiro davam muita porrada na pessoa [...] me botaram em cima das latinhas que furavam o pé, uma dor insuportável. E se a pessoa tirasse o pé das latinhas, o negócio ia com choque elétrico. Então atacava de soco, de choque elétrico. Mas nada parecida com o que eu passei a sofrer quando eles me levaram de avião para Recife, lá era montado mesmo, era um aparelho”, contou. Oladack chegou à capital pernambucana em outubro e só foi solto no final do ano seguinte, após sua mãe conseguir um advogado. "Fizeram uma encenação e me liberaram, não havia crime", completou.
Confira a entrevista na íntegra:
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