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Comemorações do aniversário de Salvador são reduzidas a eventos superficiais, diz historiador

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Comemorações do aniversário de Salvador são reduzidas a eventos superficiais, diz historiador

Segundo Jaime Nascimento, a cidade deve ser tratada com mais respeito, considerando sua história e os desafios que enfrenta

Comemorações do aniversário de Salvador são reduzidas a eventos superficiais, diz historiador

Foto: Metropress

Por: Metro1 no dia 26 de março de 2025 às 18:42

Atualizado: no dia 26 de março de 2025 às 18:51

O historiador e coordenador do Forte Capoeira, Jaime Nascimento, criticou a forma como Salvador tem sido celebrada em seus aniversários. Em entrevista ao Jornal da Cidade, nesta quarta-feira (26), ele aponta que, embora a cidade tenha uma importância histórica, as comemorações muitas vezes são reduzidas a eventos superficiais que não refletem a grandiosidade da data. Para Nascimento, a cidade deveria ser tratada com mais respeito, considerando sua história e os desafios que enfrenta.

"Infelizmente, de algum tempo pra cá têm tido uma sucessão de pessoas que não têm civilidade em relação a essa cidade [Salvador]. E o governo do Estado vai pelo mesmo caminho. Não adianta anunciar milhões para fazer isso e aquilo. Tem que se pensar nessa cidade de forma, de fato, acolhedora. Mas o que a gente vê é uma contenção de encosta aqui, um festival ali... Sim, mas isso está a altura da cidade? da mesma forma que foi de 200 anos, ficou o que dos 200 anos da independência da Bahia? Por exemplo, o concurso para publicações que a câmera de vereadores fez para comemorar os 400 anos de Salvador,  fez nascer um livro, essa foi uma comemoração a altura", afirmou o historiador. 

O historiador também lamenta o silêncio de várias instituições diante das questões urbanas. Segundo ele, a falta de manifestações públicas é um reflexo da inaptidão dos gestores da cidade, que não conseguem se conectar com a realidade e as necessidades dos cidadãos. 
"E aí o que me incomoda sobretudo é o silêncio ensurdecedor dos vários setores da sociedade. É um cerco às instituições, ou você dança minha dança ou acabo com você. E todas as instituições estão enclausuradas" criticou. Ele critica ainda a falta de seriedade em várias esferas, como nas bancas acadêmicas e nas políticas públicas, onde interesses pessoais parecem prevalecer sobre o bem coletivo.

Para Nascimento, Salvador precisa ser pensada de forma mais acolhedora, levando em consideração todos os seus habitantes. Ele observa que, apesar de algumas melhorias superficiais, muitos problemas estruturais da cidade continuam sem solução. A cidade, para ele, exige mais que gestos pontuais; precisa de um olhar atento e comprometido com seu verdadeiro potencial e bem-estar.

Confira a entrevista completa: