Luiz Carlos Merten avalia chances de Ainda Estou Aqui e aponta: "nunca tivemos um Oscar com tanta polêmica"

Com o Brasil na disputa, a cerimônia de premiação do Oscar 2025 vai acontecer no dia 2 de março, domingo de carnaval, e já vem acumulando polêmicas. Jornalista e crítico de cinema, Luiz Carlos Merten acredita que o cinema brasileiro, com Ainda Estou Aqui, nunca esteve tão perto de conquistar a estatueta mais desejada no mundo, mas reconhece que nessa reta final a disputa está se acirrando, com a repercussão de discussões e acusações. 

“A gente nunca teve realmente uma cerimônia de Oscar que esteja se antecipando com tanta emoção ou com a polêmica, como já está ocorrendo. Porque a gente teve, ao longo desses últimos anos, o cinema internacional ganhando cada vez mais projeção, chegamos ao ponto de O Parasita ganhar melhor filme, melhor filme internacional, melhor direção, todas essas coisas. Mas, nesse ano, a gente está chegando a um Oscar cercado de polêmica como nunca houve em anos recentes”, avaliou o crítico de cinema, em entrevista ao Jornal da Bahia no Ar, nesta segunda-feira (10). 

Para Merten, a impressão que fica com essa disputa é que a estatueta do Oscar acabou virando “uma necessidade de afirmação para o cinema brasileiro”. Apesar de reconhecer um “cenário embolado” nessa reta final, ele acredita que Ainda Estou Aqui tem chances significativas de conquistar ao menos uma categoria. A produção de  Walter Salles concorre como Filme Internacional, Melhor Filme e Melhor Atriz, com Fernanda Torres. Segundo Merten, a maior chance é na primeira dessas categorias. 

Entre os concorrentes de Ainda Estou Aqui em Melhor Filme, Marten destacou Anora, vencedor no PGA Awards 2025, premiação do Sindicato dos Produtores, considerado uma espécie de prévia do Oscar. 

“Essa escolha do Anora como melhor filme e direção não deixa de ter sido surpreendente, porque nas últimas semanas, face às polêmicas atingindo o Emília Pérez, o Anora foi ficando numa posição discreta, parece que ele estava sumindo do radar, que ele estava perdendo as suas chances, mas de repente a Liga dos Produtores coloca o Anora na força dessa disputa”, afirma. Apesar disso, o crítico de cinema destacou o Goya, prêmio espanhol importante, que consagrou Ainda Estou Aqui como melhor filme ibero-americano e Emília Perez, envolvido em diversas polêmicas, como melhor filme europeu.

Confira a entrevista na íntegra: