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"As pessoas não gastam com saúde, mas gastam com beleza", lamenta cardiologista sobre obsessão estética

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"As pessoas não gastam com saúde, mas gastam com beleza", lamenta cardiologista sobre obsessão estética

Segundo Azevedo não há evidências científicas que comprovem benefícios da reposição hormonal para o sistema cardiovascular

"As pessoas não gastam com saúde, mas gastam com beleza", lamenta cardiologista sobre obsessão estética

Foto: Metropress

Por: Metro1 no dia 27 de janeiro de 2025 às 16:14

Atualizado: no dia 27 de janeiro de 2025 às 17:32

O cardiologista Diogo Azevedo chamou atenção, em entrevista ao programa Jornal Metrópole no Ar, nesta segunda-feira (27), para um “conceito social”, como ele chamou, que vem trazendo riscos aos pacientes: “as pessoas não gastam com saúde, mas gastam com beleza”. 

O médico usou esse “entendimento” para explicar a disseminação de tratamentos e produtos como implantes hormonais que não têm comprovação científica, mas que viraram febre por “prometerem” ganhos estéticos e bem-estar. 

"Você deve ver com frequência inúmeros artistas famosos com um soro azul numa veia puncionada e ali está escrito 'detoxicando'. Esse soro detox que chamam de hemoterapia é o chamado azul de metileno, não tem evidência científica para uso fora do ambiente hospitalar e pode ter efeitos colaterais graves. Mas se vende com a ideia de um soro azul que desintoxica o paciente e se vende caro. Um exemplo é o chip da beleza, de R$ 4 mil. Aí eu pergunto, como é que se paga uma consulta e na sequência um valor desse para um chip? Essas pessoas, é frequente e é um conceito da sociedade, não gastam com saúde, mas gastam com beleza”, disse.

Além disso, o cardiologista traçou o perfil de médicos que costumam prescrever e até vender esse tipo de tratamento para seus pacientes. De acordo com ele, no geral, são profissionais sem residência médica, pós-graduação ou qualquer outra titulação. Alguns até se auto intitulam integralista, formação que não existe na medicina. “E um detalhe, quando esse paciente entra na UTI, ligo para esse médico e ele não atende”, contou o cardiologista.

O médico também falou sobre a pressão imposta a profissionais da saúde, como nutricionistas, para prescrever suplementos. De acordo com Azevedo, existe uma expectativa distorcida por parte de alguns pacientes, que acreditam que esses suplementos são essenciais para a saúde e o padrão estético.

Confira a entrevista na íntegra: