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“O Carnaval de Salvador é um navio negreiro”, diz presidente do sindicato dos cordeiros

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“O Carnaval de Salvador é um navio negreiro”, diz presidente do sindicato dos cordeiros

 A previsão é que até o dia 28 de janeiro, com intermédio do Ministério Público do Trabalho, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) seja formalizado com cada bloco, definindo melhores condições de trabalho

“O Carnaval de Salvador é um navio negreiro”, diz presidente do sindicato dos cordeiros

Foto: Reprodução/Youtube

Por: Metro1 no dia 17 de janeiro de 2025 às 19:14

São mais de 15 mil cordeiros trabalhando no Carnaval de Salvador. A categoria, no entanto, enfrenta, todo ano, uma batalha por melhores condições de trabalho e de remuneração. Nesta sexta-feira (17), o presidente do Sindicordas, Matias Santos, reforçou as cobranças do grupo para a folia deste ano e pediu que a gestão municipal também contribua com as melhorias para a categoria.

“Eu vejo também um Carnaval como um navio negreiro. Temos um apartheid: os brancos que pagam e o cordeiro que, na verdade, é um segurança que está ali para separar, o folião dos associados pagantes. O cordeiro é para ser valorizado no que se tange a diária, no que se tange todo equipamento de proteção, de segurança do trabalho, segurança alimentar”, afirmou em entrevista ao Jornal da Cidade.

Matias Santos citou ainda o avanço na arrecadação da cidade com os dias de Carnaval e cobrou que esse resultado chegue também a categorias como os cordeiros. “O crescimento do Carnaval não pode ser só de cima para baixo, tem que ser de baixo para cima também. É uma valorização dos trabalhadores”, disse. Ele cobrou que a prefeitura também tome frente nessa busca por melhores condições de trabalho para os cordeiros e não deixe apenas como responsabilidade dos empresários. “Assim como já tem um projeto elaborado para os ambulantes”, alega. 

Nesta semana, a categoria conseguiu fechar um acordo com os empresarios de blocos, definindo o valor da diária em R$ 100, um reajuste de 25% quando comparado ao ano passado. A expectativa agora é que até o dia 28 de janeiro, com intermédio do Ministério Público do Trabalho, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) seja formalizado com cada bloco, definindo melhores condições de trabalho.

“O Cordeiro, quando acaba de puxar um bloco, ele não consegue ir para a periferia fazer suas necessidades, trocar de vestimenta e reforçar a alimentação. Ele pode ficar de 6h a 12h no circuito. A prefeitura tem que ter uma contrapartida social. É um trabalho braçal e o trabalho braçal não é valorizado? É só o trabalho da intelectual em um Carnaval que tem quase R$ 90 bilhões de publicidade?”, questionou.

Confira a entrevista na íntegra: