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"Precisamos banir médicos que não atendem de forma humanizada", diz presidente do CES sobre mortes na maternidade Albert Sabin
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"Precisamos banir médicos que não atendem de forma humanizada", diz presidente do CES sobre mortes na maternidade Albert Sabin
Entrevista ocorreu no programa Jornal da Cidade, nesta terça-feira (03)
Foto: Reprodução/Youtube
Na última sexta-feira (29), a jovem grávida Kevelli Barbosa, de 22 anos, morreu junto com o seu filho durante o trabalho de parto na maternidade Albert Sabin, em Salvador. Os familiares da jovem denunciam que houve negligência médica no caso. Em novembro deste ano, outro caso de suposto descaso com pacientes ocorreu no local. Liliane Ribeiro dos Santos, de 33 anos, denunciou que após o parto, seu bebê teria falecido em decorrência de uma lesão no pescoço, que teria sido provocada pela unha de gel profissional que realizou o procedimento.
Em entrevista ao Jornal da Cidade nesta terça-feria (03), o presidente do Conselho Estadual de Saúde da Bahia (CES), Marcos Gêmeos, analisou como os processos referentes a esse casos tramitam. Ele cobrou uma investigação rigorosa para apurar se houve violência obstétrica ou "excesso de algum profissional envolvido". "A gente precisa não só punir os profissionais envolvidos em situações como essas, mas também banir aqueles que não atendem de forma humanizada no Sistema Único de Saúde (SUS)", pontuou.
Ele ainda lamenta as mortes na maternidade soteropolitana. "Precisamos tranquilizar as futuras mães que vão utilizar esse equipamento, que é público e importante para trazer novas vidas ao mundo. Essa mulheres não podem sair de lá traumatizadas, com histórias trágicas de mau atendimento. Pedimos ao Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (CREMEB) e Corregedoria Geral da Bahia para apurar o que ocorreu lá. Cobramos celeridade nesse processo", destacou.
Ao ser questionado sobre os tipos de partos realizados nesses casos, ele admite que "há relatos de que havia indicação" para a realização dos procecimentos como cesáreas, ainda que tenham sido feitos de forma normal."Precismaos garantir que esse processo seja elucidado e que esse processo venha à tona", completa. "O CREMEB precisa se pronunciar. Será que a decisão da médica de realizar o parto de forma normal foi respaldado em algum protocolo? Precismos esperar isso ser esclarecido".
O viúvo e a família de Kevelli registraram um boletim de ocorrência para que a Polícia Civil investigue a causa das mortes. O caso foi encaminhado e está sendo investigado pela 13º Delegacia de Polícia de Cajazeiras.
A Associação de Obstetrícia e Ginecologia da Bahia (Sogiba) se manifestou após a morte do filho de Liliane. Segundo a entidade, a causa do óbito foi uma distocia de ombro, que é quando a cabeça do feto nasce, mas o ombro fica alojado contra o osso ou sacro da mãe, o que impossibilita a saída do resto do corpo da criança. O caso também é investigado pela Polícia Civil. Em nota, a instituição disse que a 13ª Delegacia aguarda a conclusão dos laudos periciais.
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