Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp >>

Domingo, 01 de setembro de 2024

Home

/

Notícias

/

Rádio Metropole

/

Médica critica estratégia do mercado de cigarros eletrônicos: "Uma pressão criminosa"

Rádio Metropole

Médica critica estratégia do mercado de cigarros eletrônicos: "Uma pressão criminosa"

Oncologista torácica, Tércia Reis foi entrevistada no Metropole Mais da última sexta -feira (16)

Médica critica estratégia do mercado de cigarros eletrônicos: "Uma pressão criminosa"

Foto: Reprodução/Youtube

Por: Metro1 no dia 19 de agosto de 2024 às 13:37

Atualizado: no dia 19 de agosto de 2024 às 15:57

O Projeto de Lei (PL) da regulamentação dos cigarros eletrônicos deve ser votado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) nesta terça-feira (20), às 10h. O PL chama atenção já que os chamados vapes são proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Médica especialista na oncologia torácica, Tércia Reis criticou a indústria do tabaco no Metropole Mais da última sexta-feira (16). Para ela, apesar dos números que indicam uma redução dos usuários do cigarro tradicional nos últimos anos no Brasil, há um retrocesso com a chegada dos vapes. 

“O Brasil era um país referência na cessação do tabagismo, com uma boa  implementação de políticas públicas. Na década de 1980 e 1990, a gente tinha quase 40% da população que fumava. Agora a gente tem essa queda para 13%, mas não estamos contando com cigarro eletrônico”, disse.

“Agora a sensação é de um retrocesso completo e de uma outra pressão da indústria, de uma forma criminosa, a gente pode dizer, porque é voltado pras crianças e pros adolescentes”, acrescentou.

Segundo a médica, o mais preocupante no uso dos vapes é a  concentração de nicotina, que chega a ser quase 100 vezes maior do que a do cigarro tradicional. É justamente a nicotina que causa a dependência química e dificulta romper o ciclo do tabagismo, responsável pela morte de 8 milhões de pessoas anualmente no mundo. Tércia cita câncer de pulmão e outros tipos de câncer e doenças cardiovasculares como algumas das causas dessas mortes relacionadas ao tabagismo. 

“A pressão da indústria do tabaco é assustadora. Existia essa essa mesma pressão lá na década de 1970, era uma questão de status,, tinha o glamour em volta. Depois, com todo o conhecimento em relação às doenças relacionadas e ao cheiro, passou a ser cafona. Só que agora é uma outra pressão da indústria de uma forma criminosa, voltada para crianças e adolescentes. Quando a gente fala do gosto de algodão doce, de chocolate, as lojas fora do país são bastante atrativas, coloridas e remetendo essa coisa do eletrônico, do moderno e estimulando o uso para para o jovem se sentir inserido”, apontou a médica, que sinalizou também a estratégia de relacionar o vape a uma falsa narrativa de que ajudaria no processo de parar de fumar.

Confira a entrevista: