É uma obra sobre uma pessoa que percorre muitas vidas, diz autor da biografia de maestro João Carlos Martins

O livro "O indomável: João Carlos Martins, entre som e silêncio" conta a história complexa de um gênio. É assim que o autor e jornalista Jamil Chade descreve a biografia do maestro. Em entrevista à Rádio Metropole nesta terça-feira (18), Chade falou sobre falou sobre a obra que já está nas livrarias desde o pultimo dia 3 de junho e conta a história pianista e maestro paulistano clamado no Brasil e no mundo como um dos mais expressivos intérpretes da obra do compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685 – 1750).

"Repórteres e jornalistas estão sempre atrás de boas histórias, complexas e surpreendentes", disse o jornalista ao falar sobre o convite que recebeu para escrever a biografia. Algo que, segundo ele, não poderia ser negado. Para Chade, o maestro é um personagem com 83 anos que viveu tudo que se possa imaginar, com altos e baixos, mas também momentos absolutamente brilhantes, com décadas de solidez artística e musical impressionantes.

Segundo Jamil Chade, o nome do livro faz referência a uma pessoa sem fronteiras, que percorre muitas vidas em uma só, mas também é indomável por vencer as barreiras físicas. "O instrumento usado por ele [ maestro] para comunicar era indomável fisicamente. Um termo usado pelo New York Times, quando ele ainda era pianista", pontuou.

O enredo começa com João Carlos Martins tocando para Raul Castro em Cuba, dois anos após a Revolução Cubana. Diante do sucesso absoluto, o pianista se depara com um problema físico na mão, movimentos que não podia controlar. "A mão que comunica e emociona, também gera todos os dramas, dores e frustrações. Essa é a história de um pianista que tem o limite imposto pelo próprio corpo", mencionou o jornalista. Ainda durante a entrevista, Chade contou que ao longo das décadas João Carlos vai tentando enganar o próprio cérebro para continuar tocando.

"Foi uma das melhores coisas que fiz, passar bastante tempo com ele e conhecer a vida de uma pessoa que cruza com Villa-Lobos, Salvador Dalí, Raul Castro e Jacqueline Kennedy. Estamos falando de um artista que tinha como interlocutor os maiores nomes, principalmente na segunda metade do Século 20. Ouvir essas histórias, entender como a música e o poder se entrelaçam, foi fascinante", conclui o autor.

Confira a entrevista na íntegra: