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Presidente do bloco afro aponta dificuldade na captação de recursos: “Tecido não cabe nome de patrocinador”
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Presidente do bloco afro aponta dificuldade na captação de recursos: “Tecido não cabe nome de patrocinador”
Kamurici ainda ressalta o atraso na efetivação do financiamento dos editais que patrocinam os eventos culturais
Foto: Reprodução/Rádio Metropole
A presidente do bloco afro Bankoma, Mameto Kamurici, falou, durante o programa Mojubá, da Rádio Metropole, os obstáculos enfrentados na arrecadação de verba para os projetos da agremiação, como o desfile no Carnaval. Em entrevista, a líder afirmou que blocos afro têm particularidades que dificultam inclusive as contrapartidas exigidas por eventuais anunciantes, o que impediria o recebimento de recursos.
“O bloco afro tem o seu tecido, o seu pano, que não cabe o nome do patrocinador. E as contrapropostas na maioria das leis é justamente isso, você dar visibilidade a quem te patrocina e não dar visibilidade a você que está fazendo, a sua a obra, o carnaval ou o seu feito. Então é muito difícil, é muito complicado”, disse.
A presidente da associação, que tem cerca de 30 anos de existência, ainda ressalta o atraso na efetivação do financiamento dos editais que patrocinam os eventos culturais.
“A gente conseguiu Bahiagás, fomos contemplados agora com o edital da antiga Bahiatursa, [atual] Sufotur. Mas a gente só conseguiu receber agora o dinheiro do Carnaval. Antes disso, ficamos metade do ano ligando, pedindo, e eles dizendo que nós íamos receber. Passou São João, nada, e a gente na fé. Sempre a gente entra no edital do Ouro Negro, mas esse ano não conseguimos”, afirmou.
Ela completa dizendo que a essência do projeto permanece: “Eu acho que isso que mantém o bloco de carnaval é a fé que a gente tem, a certeza de que não estamos brincando, estamos levando legado, levando a cultura, estamos levando uma mostra cultural e especial. Não podemos desistir e temos que continuar acreditando, assim como acreditamos na paz. O bloco Bankoma vai estar sempre na avenida, porque as energias vão sempre conduzir a gente para que não desista de mostrar quem nós somos: povo de santo, povo de candomblé, povo do bloco, pessoas em festa, pessoas alegres, bloco Afro Bankoma”.
Confira a entrevista na íntegra:
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