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“Listas sujas e salas de ações violentas”: Filósofo relata perseguição de empresas contra trabalhadores na ditadura
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“Listas sujas e salas de ações violentas”: Filósofo relata perseguição de empresas contra trabalhadores na ditadura
Edson Teles disse, em entrevista à Rádio Metropole, que a realidade dos funcionários era composta por perseguição e opressão
Foto: Reprodução/Radio Metropole
O professor de filosofia política da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Edson Teles, contou na Rádio Metropole, nesta sexta-feira (4), como os trabalhadores eram perseguidos e rechaçados por empresas na época da ditadura militar.
Coordenador da pesquisa intitulada "A responsabilidade de empresas por violações de direitos durante a ditadura", conduzida pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Edson relatou que os funcionários de diversas marcas famosas eram oprimidos por policiais e/ou militares em seus ambientes de trabalho, além de entrarem para “listas sujas”, após suas demissões.
“Em geral, esses trabalhadores que entravam nessas listas sujas eram demitidos da sua empresa e também a partir dessas listas não eram contratados em nenhuma outra. Isso foi algo geral, muitas vezes nesses setores de informação interna e perseguição política interna, nas empresas eram contratados um policial ou um militar para trabalhar, ou em jornais quando em alguns deles se notava o próprio policial que fazia censura para trabalhar dentro da redação do veículo. Isso era o básico que era feito", falou.
O cenário além de ostensivo, era agressivo. O filósofo revelou que algumas empresas revezavam espaços para montar “salas de ações violentas” contra esses trabalhadores. “Elas [empresas] fizeram relações com forças militares, procurando trabalhadores que reivindicavam direitos, que eram sindicalizados, ou que faziam alguma organização com os trabalhadores”, disse.
Confira a entrevista na íntegra:
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