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Historiador Matheus Buente vê racismo na tentativa de apagar memória de Maria Felipa
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Historiador Matheus Buente vê racismo na tentativa de apagar memória de Maria Felipa
O historiador e comediante, que produziu uma série sobre o 2 de Julho para o Grupo Metropole, ressaltou ainda a importância de contar história por meio da oralidade
Foto: Filipe Luiz/Metropress
O historiador Matheus Buente defendeu, durante entrevista à Rádio Metropole, na manhã desta segunda-feira (3), que a tentativa de apagar a memória de Maria Felipa, como uma das protagonistas na Independência do Brasil na Bahia, é reflexo de uma leitura racista sobre a história.
“Quando um historiador fala que Maria Felipa não existiu, peço desculpas aos colegas, mas temos muito mais racismo do que uma explicação embasada. É muito mais a questão de não querer entender o contexto de uma pessoa preta no século 19, do que a vontade de ser fiel ao passado”, afirmou o professor historiador.
Alguns especialistas contestam a existência da heroína com base na justificativa de que existem poucos documentos contando a história de Maria Felipa. No entanto, Buente rebateu: “É só reconhecer a quem interessava que ela existisse”.
O historiador explicou que diversos fatores impossibilitaram a validação dessa personagem na história. Além de Maria Felipa ser líder de quilombo, o que já era proibido, os dois lados da batalha não tinham a figura dela como um ponto referencial. Buente ressaltou que ela não lutou pela Independência da Bahia, mas sim pela liberdade, uma vez que o quilombo dela continuou sendo proibido depois da batalha.
O historiador e comediante, que produziu uma série sobre o 2 de Julho para o Grupo Metropole, ressaltou ainda a importância de contar história por meio da oralidade. "Como nós, povo colonizado, não tínhamos livros, a comunicação e o registro deles era através da oralidade", acrescentou.
Confira a entrevista na íntegra:
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