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Arquiteto critica falta de diálogo da prefeitura na revitalização da Ladeira da Misericórdia: "Não se coloca a mão dessa forma"

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Arquiteto critica falta de diálogo da prefeitura na revitalização da Ladeira da Misericórdia: "Não se coloca a mão dessa forma"

Marcelo Ferraz foi entrevistado no Jornal da Bahia no Ar nesta quinta-feira (27)

Arquiteto critica falta de diálogo da prefeitura na revitalização da Ladeira da Misericórdia: "Não se coloca a mão dessa forma"

Foto: Metropress

Por: Metro1 no dia 27 de abril de 2023 às 09:55

Atualizado: no dia 27 de abril de 2023 às 11:22

O arquiteto Marcelo Ferraz, que, junto a Lina Bo Bardi, João Filgueiras Lima e Marcelo Suzuki, participou do projeto do conjunto arquitetônico da Ladeira da Misericórdia - composto por três casarões e o restaurante Coaty - se disse surpreso pela proposta de revitalização do espaço pela prefeitura de Salvador, através da Fundação Mario Leal Ferreira (FMLF).

“É muito chato que exista um projeto sem nos comunicar. Não se coloca a mão dessa forma”, disse em entrevista à Rádio Metropole nesta quinta-feira (27). 

“Fiquei sabendo, por acaso, quando fui avisado por um arquiteto da Bahia que iriam recuperar. Ele dizia que, talvez, eu seria consultado, mas não fui”, contou. “Eu procurei a fundação. Acho que a gente precisa fazer isso juntos, nós [em referência a Marcelo Suzuki] temos que fazer e queremos. Como outra pessoa vai fazer? Com qual linguagem, que lastro, qual passado de projeto?”, questionou durante conversa com o âncora Mário Kértesz. 

Ferraz ainda disse que, em janeiro, recebeu uma planta da FMLF, mas que o contato não foi adiante. “Li sobre o desejo de fazerem uma homenagem a Lelé [João Filgueiras Lima] e Lina, mas a melhor homenagem seria terminar o projeto como ele foi pensado”, afirmou. 

O arquiteto ainda explicou que a elaboração do Plano de Recuperação do Centro Histórico de Salvador, da década de 1980, trazia um programa social aliado à arquitetura e à solução urbanística. O espaço juntaria habitações para pessoas de baixa renda e classe média com uma área comercial para a prestação de pequenos serviços.

 “Esse era um ponto importante e acho que o projeto foi tão ousado, tão adiante de seu tempo, que, talvez, esse tenha sido o real motivo do abandono: as pessoas não sabiam o que fazer com aquilo”, considerou Marcelo Ferraz.

Confira a entrevista na íntegra: