Silvio Humberto critica urbanização do Abaeté: "Espaço é ecumênico e prefeitura deveria respeitar tradição"

O vereador Silvio Humberto criticou, em entrevista ao MetroPod, o projeto da prefeitura de Salvador que visa urbanizar o Abaeté, em Itapuã. Segundo o político, além de ser uma iniciativa que vai de encontro com a sustentabilidade ecológica, por prever construções em uma Área de Proteção Ambiental (APA), ela incentiva o ódio contra as tradicionais religiões de matriz africana.

"O Abaeté é de todos. Você não pode privatizar e contar a história dali para frente. A sacralização já era anterior, é preciso se respeitar. [...] Você precisa garantir a diversidade e a gente perde muito quando a intolerância vem, quando uma visão única quer se sobrepor à outra", falou o vereador nesta segunda-feira (3).

"É um espaço que a prefeitura deveria ter tido um melhor cuidado, respeitando a tradição. Já era um espaço ecumênico, ninguém nunca proibiu que as pessoas de outras religiões frequentassem aquele lugar. Se já existia antes, criou-se uma narrativa a partir do que lhe interessa", expôs, ainda.

De acordo com Silvio, além das construções, o rompimento da tradição religiosa no local afeta a preservação do meio ambiente. "Precisa garantir a sustentabilidade, é uma Área de Proteção Ambiental. Precisamos defender o Abaeté. Eram as religões de matriz africana que estavam protegendo aquele espaço, aquela lagoa escura arrodeada de areia branca, como na música ['A lenda do Abaeté', de Dorival Caymmi]", concluiu.

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