Política
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Advogado de Jair e Flávio, Wasseff 'inventou' Bolsonaro como presidente
Advogado tinha em sua residência o ex-assessor Fabrício Queiroz, acusado de integrar um esquema criminoso que movimentou R$ 1,2 milhão
Foto: Reprodução/Brasil247
O advogado Frederick Wassef é responsável pela defesa de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e tem ligação profunda com o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido). Desde 2014 envolto no projeto de alçá-lo à presidência da República, o jurista é figura constante nos eventos e reuniões no Planalto. "Eu não só fui o primeiro a acreditar no Bolsonaro, como fui o primeiro a colocar na cabeça dele a ideia de concorrer à Presidência", diz, em entrevista à colunista do portal UOL Thaís Oyama.
O advogado conta que, em 2014, quando estava internado para tratamento de câncer em São Paulo, deparou-se com um discurso do então deputado Bolsonaro sobre a necessidade de uma lei para impor o controle de natalidade no Brasil. A partir daí, diz ter se "apaixonado" pelo parlamentar, a quem procurou mais tarde e de quem se tornou amigo.
Sua mulher à época, a empresária Cristina Boner, e a hoje primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também se deram bem, e os Bolsonaro passaram a frequentar a casa de Wassef em Brasília. Wassef diz que foi num dos desses encontros, ainda em 2014, que disse pela primeira vez ao ex-capitão que ele tinha de se lançar ao Planalto.
"Eu tinha acesso à Lava-Jato, sabia que iriam ser todos presos. Falei para ele: o senhor vai ficar sozinho e sem concorrência no mercado. Eu previ o futuro". Quando, em dezembro de 2018, o caso Queiroz estourou no noticiário, Wassef assumiu a estratégia de defesa de Flávio.
Contrariando os advogados que aconselhavam a família naquele momento, ele convenceu o presidente eleito que o melhor a fazer para abafar a história seria tirar Queiroz e o Ministério Público Estadual do cenário e, por meio do foro privilegiado de Flávio, jogar o caso para o STF. A estratégia quase deu certo: no dia 15 de julho de 2019, o presidente do STF, Dias Toffoli, atendendo a um pedido de Wassef, concedeu liminar que suspendia todas as investigações criminais que envolviam o uso de dados do Coaf — precisamente o caso de Flávio.
Em novembro do mesmo ano, a maioria dos ministros do STF votou a favor do compartilhamento de dados bancários e fiscais com o Ministério Público e a polícia sem a necessidade de autorização judicial prévia. A limitação ao repasse desses dados sigilosos por órgãos de controle havia sido determinada em julho por Toffoli, que chegou a suspender mais de 900 investigações pelo país, incluindo a que atingia o filho do presidente Jair Bolsonaro.
Na avaliação da colunista do UOL, Wassef, como se viu na operação de hoje (18), o homem que se jacta de ter "descoberto" Bolsonaro, continua sendo bem mais que o advogado da família.
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