Política
Após racha sobre apoio a Ricardo Salles, marcas reclamam e saem de associações empresariais
Segundo a coluna Painel S.A., da Folha, insatisfação abrange setor de turismo, indústrias de carne e de cosméticos
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil
A guerra de anúncios deflagrada após a fala do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, deu dor de cabeça às associações empresariais que assinaram o manifesto em apoio ao titular da pasta. Segundo a coluna Painel S.A., da Folha, algumas das entidades, que vivem de contribuições de empresas associadas, receberam reclamações e até pedidos de desfiliação de membros que não quiseram ter suas marcas associadas à fala de Salles, que afirmou que a pandemia é o momento de passar a boiada.
Ao menos duas empresas da Associação para Desenvolvimento Imobiliário e Turístico (ADIT) decidiram deixar a entidade. Na quarta-feira (27), o resort Beach Park comunicou a ADIT sobre sua saída e foi seguido pela rede de hotéis Bourbon na quinta (28).
Em nota, a ADIT afirma que o manifesto endossado por ela não defende da destruição da Amazônia, e sim “condena a burocratização que se utiliza de uma falsa bandeira ecológica para o travamento das atividades econômicas no país”.
Já na Abrafrigo (que reúne frigoríficos), a Marfrig anunciou na quarta-feira que não foi consultada sobre o manifesto em apoio ao ministro. A empresa afirma que há mais dez anos está comprometida com o combate ao desmatamento. A Abihpec, que representa a indústria de cosméticos, retirou o apoio ao manifesto na quarta, depois de ter sido cobrada por companhias como Grupo Boticário, Natura e L’Occitane.
Após a divulgação do anúncio, as ONGs Greenpeace Brasil, ClimaInfo e Observatório do Clima perguntaram às empresas, nas redes sociais, se elas tinham sido informadas sobre o manifesto. Délcio Rodrigues, diretor-executivo da ClimaInfo, disse que o número de assinaturas chamou a atenção das ONGs.
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.