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Novos documentos mostram que acordo secreto de Itaipu começou por iniciativa do governo Bolsonaro

Política

Novos documentos mostram que acordo secreto de Itaipu começou por iniciativa do governo Bolsonaro

Segundo jornal paraguaio, está evidente que o governo do Brasil tomou frente em todo o processo de negociação do acordo bilateral 

Novos documentos mostram que acordo secreto de Itaipu começou por iniciativa do governo Bolsonaro

Foto: Reprodução

Por: Metro1 no dia 09 de agosto de 2019 às 16:01

Documentos publicados, nesta sexta-feira (9), pelo jornal paraguaio ABC Color, mostram que, no dia 27 de março deste ano, a embaixada do Brasil no Paraguay propôs uma reunião no dia 11 de abril para “estabelecer um cronograma da energia de Itaipu a ser contratada em 2019”. Segundo a publicação, o governo do Brasil tomou frente em todo o processo de negociação do acordo bilateral de Itaipu, escolhendo as datas, os itens a serem negociados e redigindo toda a proposta do acordo.

No dia 4 de abril, outro documento oficial mostra que o Brasil já havia declarado à chanceleria paraguaia os benefícios que esperava ter com o acordo bilateral. Em resumo, o texto coloca que a intenção do Brasil era “superar a atual divergência entre a ANDE e Eletrobrás sobre a contratação de energia da usina de Itaipu”, completando que, na reunião do dia 11, o governo brasileiro “pretende tratar não apenas de estabelecer o cronograma de energia de Itaipu a ser contratado durante o ano em curso, mas também abrir discussões sobre outros pontos”.

A reportagem relata que participaram da reunião o secretário de Negociações Bilaterais e Regionais das Américas, o embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva, a diretora do Departamento de América do Sul e sua assistente e o chefe do setor de Energia da embaixada brasileira. 

Já no dia 16 de abril, o Brasil mandou ao Paraguay toda a proposta que foi firmada na reunião anterior. Então, convocaram novas reuniões em Brasília para os dias 22, 23 ou 24 de maio para finalizar o acordo. No entanto, quando chegou o dia da reunião, técnicos da ANDE não estavam presentes, apenas negociadores da chancelaria paraguaia. Somente no dia 4 de junho o documento assinado na reunião em Brasília chegou ao conhecimento de Pedro Ferreira, ex-diretor da estatal paraguaia.