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'Menino veste azul e menina veste rosa', diz ministra sobre 'nova era' no Brasil

Política

'Menino veste azul e menina veste rosa', diz ministra sobre 'nova era' no Brasil

Ovacionada durante uma reunião com os novos integrantes da pasta, ela também afirmou que, mesmo com o estado sendo laico, a ministra é 'terrivelmente cristã'

'Menino veste azul e menina veste rosa', diz ministra sobre 'nova era' no Brasil

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Por: Matheus Simoni no dia 03 de janeiro de 2019 às 10:59

Durante a cerimônia de posse ocorrida ontem (3), a nova ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, declarou que há uma "nova era" no país em relação aos costumes. Ovacionada durante uma reunião com os novos integrantes da pasta, ela também afirmou que, mesmo com o estado sendo laico, a ministra é “terrivelmente cristã”. 

"Atenção, atenção! É uma nova era no Brasil. Menino veste azul e menina rosa", declarou a ministra, em vídeo onde aparece aplaudida pelos presentes no encontro. As imagens geraram diversos comentários nas redes sociais. 

 

 

Publicados nesta quarta-feira no Diário Oficial da União (D.O.U.), a Medida Provisória 870 e o decreto 9.668 “rebaixaram” a população LGBTI na formulação das políticas e diretrizes de direitos humanos no país. Antes objeto do trabalho de uma secretaria nacional na estrutura do ministério, a exemplo das que contemplam as pessoas com deficiência, crianças e adolescente e o combate à violência contra as mulheres, entre outras, a promoção dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais agora ficará a cargo de uma diretoria subordinada à Secretaria Nacional de Proteção Global, o que representa uma perda de status desta população dentro do sistema. Ativistas na área reclamaram da mudança e demonstraram apreensão. 

"Vemos esta postura com temor, pois sabemos o que ela pode acarretar para a vida, e a morte, de seus integrantes, principalmente dos seus mais vulneráveis: travestis e mulheres e homens transexuais", afirma Marcelle Esteves, vice-presidente do Grupo Arco-Íris, organização que há 25 anos luta pelos direitos e proteção desta parcela da população, em entrevista ao jornal O Globo.