Política
Psicóloga aponta motivos para movimento #EleNão ter 'efeito reverso'
"Se você falar para uma criança 'não faça isso', ela vai fazer. Isso é bê-a-bá", ressaltou
Foto: Tácio Moreira/Metropress
A psicóloga e diretora executiva da Recomenda Pesquisas, Karin Koshima, apontou, em entrevista à Rádio Metrópole, os motivos pelos quais o movimento #EleNão, que foi liderado por mulheres contra o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), teve "efeito reverso". Após o ato, o então candidato subiu nas pesquisas de intenção de votos.
Segundo ela, a escolha da palavra "não" para nomear o movimento não foi uma boa estratégia. "Se você falar para uma criança 'não faça isso', ela vai fazer. Isso é bê-a-bá", ressaltou.
Karin entende, ainda, que o movimento foi um "tiro que saiu pela culatra" porque os eleitores de Bolsonaro ficaram "incomodados" com acusação de que eram homofóbicos, racistas e misóginos. "Essas pessoas acabaram ficando com raiva e bastante incomodadas e aconteceu um contramovimento. O voto justamente das mulheres para Bolsonaro foi o que aumentou", ressaltou, ao dizer que o eleitor acreditava "na sinceridade e na autenticidade" de Bolsonaro.
A psicóloga também avalia que a Operação Lava Jato contribuiu para eleger Bolsonaro porque "escancarou de maneira forte" e deixou o brasileiro em "choque" com os casos de corrupção.
"Outra coisa: por que o centro não vingou? Eu dizia para eles: 'enquanto vocês ficarem no cinza, vocês não vão para lugar nenhum'. As pessoas queriam ou o preto ou o branco. [O eleitor queria alguém] que tivesse posição, se posicionava e percebia que tinha firmeza de caráter. Quando vem para o centro traz uma névoa de desconfiança. Tudo que é centro tende ao tenebroso e à desconfiança. O eleitor quer posições firmes", analisou.
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