Política
'Há hoje uma espécie de religião apoiada na linguagem do ódio', diz sociólogo baiano
Muniz Sodré diz que fascismo tem emergido como reação à "transformação acelerada dos costumes"
Foto: Divulgação
O jornalista e sociólogo baiano Muniz Sodré avaliou, em entrevista à Rádio Metrópole, que hoje fascismo tem emergido como reação à "transformação acelerada dos costumes". Segundo ele, a mudança "amedronta os que estão acostumados ao velho".
"Nós temos uma espécie de religião apoiada na linguagem universal do ódio. Essa linguagem narcisista, que se abriga no meio eletrônico. A diferença entre a verdade e a mentira desaparece em favor de uma fala morta que é mais emocional do que argumentativa. Isso explica porque a mentira é tão aceita nas redes sociais. É como se esperassem uma mentira para acreditar nela. Acreditam na notícia desejada", analisou.
Sodré entende que há " bolhas de percepção". "É uma bolha emocional, que vai se constituindo nas redes digitais, portanto são círculos fragmentários, autocentrado. Temos aí uma exasperação totalitária que é nebulosa, que é deflagada pelo giro alucinatório da bolha ao redor de si mesmo. Não se quer verdade, mas sim a concretização de desejos", pontuou.
O sociólogo ressaltou que o fascismo não tem partidarismo. "Os partidos não estão representando mais o povo. São máquinas burocráticas que giram ao redor de si. O fascismo foi no passado, quanto é hoje, um padrão de existência em que prospera a dominação", salientou.
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