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'Há hoje uma espécie de religião apoiada na linguagem do ódio', diz sociólogo baiano

Política

'Há hoje uma espécie de religião apoiada na linguagem do ódio', diz sociólogo baiano

Muniz Sodré diz que fascismo tem emergido como reação à "transformação acelerada dos costumes"

'Há hoje uma espécie de religião apoiada na linguagem do ódio', diz sociólogo baiano

Foto: Divulgação

Por: Alexandre Galvão/Rodrigo Daniel Silva no dia 19 de outubro de 2018 às 12:02

O jornalista e sociólogo baiano Muniz Sodré avaliou, em entrevista à Rádio Metrópole, que hoje fascismo tem emergido como reação à "transformação acelerada dos costumes". Segundo ele, a mudança "amedronta os que estão acostumados ao velho".

"Nós temos uma espécie de religião apoiada na linguagem universal do ódio. Essa linguagem narcisista, que se abriga no meio eletrônico. A diferença entre a verdade e a mentira desaparece em favor de uma fala morta que é mais emocional do que argumentativa. Isso explica porque a mentira é tão aceita nas redes sociais. É como se esperassem uma mentira para acreditar nela. Acreditam na notícia desejada", analisou.

Sodré entende que há " bolhas de percepção". "É uma bolha emocional, que vai se constituindo nas redes digitais, portanto são círculos fragmentários, autocentrado. Temos aí uma exasperação totalitária que é nebulosa, que é deflagada pelo giro alucinatório da bolha ao redor de si mesmo. Não se quer verdade, mas sim a concretização de desejos", pontuou. 

O sociólogo ressaltou que o fascismo não tem partidarismo. "Os partidos não estão representando mais o povo. São máquinas burocráticas que giram ao redor de si. O fascismo foi no passado, quanto é hoje, um padrão de existência em que prospera a dominação", salientou.