
Política
Fraude no INSS: em 6 meses, aposentados registraram mais de 740 mil reclamações sobre descontos indevidos
Beneficiários denunciaram cobranças sem autorização; prejuízo pode chegar a R$ 6,3 bilhões

Foto: Reprodução/ Instituto Nacional do Seguro Social - INSS
A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou mais de 742 mil reclamações contra descontos associativos não autorizados em aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no primeiro semestre de 2024. Em 95,6% dos casos, os beneficiários alegaram desconhecer os abatimentos. A suspeita de fraude motivou uma operação da Polícia Federal (PF), que apura desvios estimados em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
A CGU informou que 6,5 milhões de beneficiários tiveram algum desconto em folha. Em julho, o órgão recomendou a suspensão de repasses a oito associações, sem retorno do INSS. O então presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, foi exonerado em meio à crise. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, havia sido alertado sobre as fraudes dez meses antes das medida.
O volume de queixas saltou de 762 entre 2021 e 2022 para mais de 466 mil no segundo semestre de 2023. A CGU também apontou que as associações não apresentaram comprovações de autorização dos descontos, mesmo quando solicitadas.
Em auditorias anteriores, já havia sinais de irregularidades, ignorados pelo INSS. A CGU voltou a recomendar a suspensão de acordos com entidades suspeitas e a priorização de parcerias com organizações sem histórico de reclamações.
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