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Confira os principais pontos da delação de Mauro Cid

Política

Confira os principais pontos da delação de Mauro Cid

Sigilo da delação foi quebrado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes

Confira os principais pontos da delação de Mauro Cid

Foto: Pedro França/Agência Senado

Por: Metro1 no dia 20 de fevereiro de 2025 às 12:11

Após a Procuradoria Geral da Repúblicar denunciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que aponta participação do ex-presidente em uma tentativa de golpe, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes derrubou o sigilo da delação do ex-ajudante de ordens do ex-mandatário, Mauro Cid. 

Relação com Bolsonaro
Na delação, o tenente-coronel afirmou a  investigadores da Polícia Federal que o ex-presidente era o seu "mundo", por sempre atuar para o mesmo.  "Eu não participei de nenhum planejamento detalhado, de nenhuma ação, meu mundo era o mundo do presidente, eu não estou mentindo, não estou omitindo", disse.

Bolsonaro e a minuta do golpe
Mauro Cid afirmou que o ex-assessor especial Filipe Martins elaborou o primeiro esboço da “minuta do golpe”, um documento apresentado a Bolsonaro com propostas para subverter a ordem democrática. O documento previa a prisão de autoridades – como os ministros do STF, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Cid relatou ter visto Bolsonaro editar o texto, e manter “a prisão de Moraes e a realização de novas eleições”.

"Eu falei da minuta, a minuta eu vi, eu vi a confecção, eu vi o presidente trocando, eu falei, mas o... de detalhe disso aí eu não sei, eu não sei se vocês querem saber quem, os mais nomes de mais gente, ou que eu abra mais, mais frente, eu não sei". 

Discussões com as Forças Armadas 
Segundo o delator, Bolsonaro apresentou a minuta ao então comandante de Operações Terrestres do Exército, general Estevam Theophilo, que assegurou que as Forças Armadas cumpririam o decreto caso Bolsonaro o assinasse.

"Foi repassado ao colaborador que o general Theóphilo disse que se o Presidente JAIR BOLSONARO assinasse o decreto, as Forças Armadas iriam cumprir; INDAGADO quem lhe repassou essa informação, respondeu QUE foi o próprio General Theóphilo”, diz  trecho da delação.

Dinheiro de Braga Netto 
Mauro Cid acusou o ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, Braga Netto, de ter repassado dinheiro para ações golpistas. A verba, supostamente entregue “dentro de uma sacola de vinho”, teria sido repassada ao militar Rafael Martins de Oliveira, integrante do grupo kids pretos.

O general Braga Netto me entregou o dinheiro, eu tenho quase certeza que foi no Alvorada. Até me lembro que eu botei na minha mesa ali na biblioteca do Alvorada e depois o [Rafael Martins] de Oliveira veio buscar o dinheiro comigo lá mesmo no Alvorada”, disse Cid.
    
Divisão na família Bolsonaro 
A delação aponta que os planos golpistas não eram unânimes na família Bolsonaro: O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) era contra a ideia. Já o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro apoiavam a iniciativa.

 “[Mauro Cid diz] que tinha um grupo bem conservador, de linha bem política; que [o grupo] aconselhava o presidente [Bolsonaro] a mandar o povo para casa e a colocar-se como um grande líder da oposição; que diziam que o povo só queria um direcionamento; que para onde o presidente mandasse, o povo iria”, revela a delação.
 

Medidas para evitar prisões e estratégias de comunicação 
Bolsonaro teria abrigado dois influenciadores bolsonaristas no Palácio da Alvorada e ordenado o transporte de um terceiro (o blogueiro Oswaldo Eustáquio) para evitar suas prisões.

Urnas eletrônicas 
O delator afirmou que Bolsonaro sempre alimentou desconfiança sobre as urnas eletrônicas. Um gabinete do ódio, operado por “três garotos” e gerido por Carlos Bolsonaro, foi responsável por disseminar essa estratégia por meio de influenciadores nas redes sociais.

Cartão de vacinação falsificado 
Apesar de não ter se vacinado contra a covid-19, Bolsonaro teria ordenado a falsificação de certificados de imunização para ele e para sua filha, visando facilitar viagens internacionais.

Venda de presentes
Mauro Cid relatou que ele e seu pai, Mauro Cesar Lourena Cid, repassaram 86 mil dólares (aproximadamente R$ 492 mil) a Bolsonaro entre 2022 e 2023. O dinheiro, oriundo da venda de joias e relógios recebidos na Presidência, seria destinado a pagar multas de trânsito decorrentes de “motociatas” e uma indenização solicitada pela deputada Maria do Rosário (PT-RS). "O dinheiro seria entregue sempre em espécie de forma a evitar que circulasse no sistema bancário normal", disse Cid.