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"Pelo menos ela é ela" diz Nikolas Ferreira em fala transfóbica durante discussão com Érika Hilton

Política

"Pelo menos ela é ela" diz Nikolas Ferreira em fala transfóbica durante discussão com Érika Hilton

O deputado já possui acusações de transfobia no Conselho de Ética da Câmara

"Pelo menos ela é ela" diz Nikolas Ferreira em fala transfóbica durante discussão com Érika Hilton

Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Por: Metro1 no dia 07 de junho de 2024 às 13:08

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) fez um comentário considerado transfóbico sobre a parlamentar Erika Hilton (PSOL-SP) durante a sessão conjunta da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e a do Trabalho na Câmara dos Deputados, com a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, na quarta-feira (5). 

Na ocasião, Érika discutia com a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) e disse que ela era “feia e ultrapassada” e precisava “Se cuidar, pelo amor de Deus”. No momento Nikolas, disparou em defesa de Zanatta: “Pelo menos ela é ela”. O próprio deputado gravou e momento e publicou em suas redes sociais. 

Durante a sessão, os parlamentares discutiam o conceito de “mulher” quando a discussão e as ofensas começaram. Nikolas questionou a ministra sobre “o que é ser mulher” afirmando haver uma “imposição” na Casa para se referir às mulheres transgênero pelo pronome adequado.

“Os deputados aqui desta Casa, por exemplo, se chamarem algum deputado trans ou algo do tipo de 'ele', é um processo criminal, mas na hora que eu falo isso e digo que há uma imposição, aí 'não, é tudo uma fantasia da direita, não tem nada a ver isso'”, afirmou o deputado bolsonarista, que já foi acusado pelo Conselho de Ética de ter feito uma fala transfóbica no plenário, quando usou uma peruca para ironizar mulheres trans, no Dia Internacional da Mulher no ano passado.

A notícia-crime apresentada pela bancada do PSOL foi rejeitada pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Mendonça, as declarações do deputado estão protegidas pela imunidade parlamentar. Conforme a Constituição, a lei 7.716/1989 dispõe sobre crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor e, desde 2019, após decisão do STF, a legislação vale também para casos de homofobia e transfobia.

A deputada Júlia usou as redes sociais para comentar o caso, se referindo a Érika como “a deputada do cabelo bonito”. “Eu penso que essa pessoa não se olha no espelho. O que mais me impressiona são as mulheres ali ao lado de risadinha e tal. Logo mais serão elas quando tentarem falar a verdade ou enxergar a realidade será tarde demais. Cafona mesmo é não se amar do jeito que Deus nos fez”, diz o post da catarinense.

Em sua conta do X na manhã de quinta-feira (6), Érika também se manifestou postando uma a famosa frase do ativista de direitos humanos norte-americano Malcolm X: “Não confundam a reação do oprimido com a violência do opressor”.