Criticado por favorecer McDonald's, prefeito de Ihéus foi alvo do MPF por beneficiar “grupo do fast-food”

O prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre (PSD), foi alvo de críticas na última semana por ter divulgado a abertura do McDonald's, rede privada de fast-food, na conta oficial da prefeitura da cidade. Conhecido como Marão, o gestor é alvo de representação no Ministério Público Federal (MPF) por supostamente beneficiar o grupo de empresários que controla o fast-food do município. 

Em 2022, o prefeito firmou uma parceria com a MR Comércio de Alimentos para que fosse feita a requalificação da Praça Castro Alves. Um dos sócios desta empresa é Camilo de Lelis Watson de Souza e Carvalho, que também tem participação na G2 Investimentos, uma das empresas que proporcionou a vinda do McDonalds a Ilhéus. A companhia, junto com o Grupo Chaves, é dona do Ipê Boulevard, espaço em que ainda está sendo construído, mas que já tem a lanchonete como um dos seus principais atrativos.

Ao divulgar a rede de fast-food nas redes sociais, a prefeitura rebateu a crítica afirmando que se tratava de uma parceria público-privada. Esse foi o mesmo argumento usado na requalificação da praça na cidade. O projeto da gestão municipal, batizado de “Adote uma Praça”, é alvo de representação no Ministério Público Federal, que condena a privatização de espaços públicos.

Essas parcerias público-privadas carecem de transparência, e, por isso, o Instituto Nossa Ilhéus pediu o envio dos contratos e dos instrumentos que regulam essa relação, o que não foi atendido. O projeto não contava com apoio da população, tanto que foi também alvo de um abaixo-assinado e protestos. 

Ao Metro1, o professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Felipe de Paulo, afirmou, que na falta de entregas realizadas pelo poder público, o prefeito tenta se valer das ações da iniciativa privada. “A confusão entre público e privado reina nas ações da prefeitura de Ilhéus. A comunicação pública de Ilhéus é tratada como lugar de blogueiragem das empresas”, declarou.