Vote na disputa pelo Prêmio PEBA para piores empresas da Bahia>>

Quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp

Home

/

Notícias

/

Política

/

Após queda brusca em número de prefeituras, PT da Bahia prepara ofensiva para 2024 e deve abrir confronto com aliados

Política

Após queda brusca em número de prefeituras, PT da Bahia prepara ofensiva para 2024 e deve abrir confronto com aliados

Partido já tem 185 pré-candidatos para disputar prefeituras baianas na eleição do próximo ano, mas sigla prega prudência

Após queda brusca em número de prefeituras, PT da Bahia prepara ofensiva para 2024 e deve abrir confronto com aliados

Foto: Divulgação/PT

Por: Mariana Bamberg no dia 29 de agosto de 2023 às 10:09

Atualizado: no dia 04 de setembro de 2023 às 10:21

Quem analisa, a olho nu, a última vitória do PT na Bahia não imagina que o partido tem passado por um período de maré baixa no estado. Pelo menos, quando o assunto é o número de prefeituras. Se em 2012, a sigla chegou a administrar mais de 90 municípios baianos, hoje tem apenas 37. Isso porque, desde o resultado das urnas de 2020 até aqui, conseguiu somar mais cinco nomes aos 32 prefeitos petistas eleitos, com a filiação dos gestores municipais de Catu, Cocos, Piraí do Norte,  Planaltino e Lafaiete Coutinho.

Os motivos para esse enfraquecimento podem ser muitos. Os petistas enxergam a crise da Lava Jato e o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) como fatores decisivos. Mas agora, com o retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o desgaste do discurso antipetista, a expectativa do partido para as próximas eleições municipais é retomar seus tempos de glória. Para isso, a ofensiva vai ser ambiciosa: segundo a sigla, já são 185 pré-candidatos distribuídos pelo estado para os pleitos municipais de 2024. O número, caso seja concretizado, será um dos maiores da história do PT na Bahia.

O partido foi fundado em 1980, em São Paulo. Mas, só oito anos depois, elegeu seus primeiros prefeitos baianos, em Jaguaquara e Amélia Rodrigues. É a partir da eleição de 2000 que ele começa uma escalada para se firmar como uma das siglas mais importantes no território baiano. Os pleitos de 2008 e 2012 representaram o auge do PT e não por coincidência, afinal nesse período o partido já tinha nas mãos tanto a gestão estadual, com Jaques Wagner, quanto a federal, com Lula.

A chegada do atual presidente ao poder, em 2003, é um marco da ascensão do partido: ele saiu de 7 prefeitos eleitos em 2000 para 19, quatro anos depois. Em seguida, na eleição de 2008, conseguiu eleger 66 nomes para as prefeituras baianas. Já no pleito seguinte, em 2012, na metade da primeira gestão Dilma Rousseff, chegou à marca de 92 eleitos, o maior número e o melhor desempenho até agora - quase 50% dos 207 candidatos lançados naquela eleição.

O pleito seguinte aconteceu logo após toda a repercussão da Lava Jato e meses depois do impeachment da ex-presidente Dilma. O reflexo disso pôde ser visto antes mesmo das urnas serem abertas: o número de candidatos do partido caiu quase pela metade, de 207 em 2014 para 114 em 2016. Nas urnas, o resultado foi o mesmo: as 92 prefeituras petistas foram reduzidas para 39, e posteriormente, em 2020, chegaram a 32. O número é o menor desde 2004. Apesar disso, foi a Bahia o estado onde o partido do presidente Lula teve o melhor desempenho nas últimas eleições municipais.

Abrindo espaço
Além da influência do desgaste causado pela Lava Jato e pelo impeachment, a abertura de espaço para partidos aliados também pode explicar essa queda do PT. Enquanto os petistas viam seu volume de prefeituras murchando, aliados como PSD e PP iam ocupando cada vez mais territórios nos estados. Juntos, as duas legendas chegaram a somar, nas eleições de 2020, quase 200 prefeituras na Bahia.

Agora, com o retorno do presidente Lula e a perda de força do discurso antipetista, o PT recuperar forças no estado. Mas a ofensiva petista deve fazer com que a sigla entre em embate com aliados. Em Alagoinhas, por exemplo, o PT lançou o ex-vereador Radiovaldo Costa, que deve confrontar com Gustavo Carmo (PSD), provável nome apoiado pelo atual prefeito Joaquim Neto (PSD). 

Prudente, o presidente estadual, Éden Valadares, confirma que a intenção é ampliar o número de prefeituras, mas afirma que o nome dos 185 pré-candidatos ainda serão debatidos com a federação PT, PCdoB e PV e com os partidos da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

“Hoje somos o maior partido do estado em número de filiados, são mais de 160 mil petistas, e estamos representados atualmente em mais de 350 cidades por meio de Diretórios Municipais e Comissões Provisórias. Seguimos nos empenhando para revigorar o PT, mas entendemos e defendemos que os partidos que estão com o governador Jerônimo também se fortaleçam para juntos fazermos ainda mais pela Bahia”, afirmou.

Mesmo confirmando os 185 pré-candidatos, os petistas ainda vão precisar melhorar o desempenho. Se repetirem o aproveitamento de 21% do pleito de 2020, ainda assim permanecerão praticamente com o mesmo número de prefeituras, apenas uma a mais.