Política
Política
Kakay diz que caso de plano de sequestro contra Moro pode ser questionado, mas defende atuação da PF
Em artigo publicado no IG, advogado afirmou que o episódio foi responsável por por dar uma “sobrevida” ao ex-juiz
Foto: Alexssandro Loyola/PSDB
Na última semana, o agora senador Sérgio Moro (União) voltou a aparecer nos noticiários com a prisão de integrantes de uma facção que planejava sequestrá-lo e com os posteriores comentários feitos pelo presidente Lula sobre o caso. Em um artigo publicado no IG, um dos advogados criminalistas mais respeitados do país, Antônio Carlos de Almeida Castro - ou apenas Kakay, como é conhecido - afirmou que os episódios foram responsáveis por dar uma “sobrevida” ao ex-juiz e que o caso pode sim ser questionado, mas não a atuação da Polícia Federal nas investigações.
O presidente Lula chegou a falar, na semana passada, que, em seu período na cadeia, queria “foder” o então juiz e chegou a citar uma armação ao comentar sobre a prisão dos envolvidos no plano de sequestro. Kakay classificou como natural que o presidente tenha Moro como adversário, afinal “foi o então juiz que o prendeu por 580 dias de maneira ilegal, inconstitucional e imoral”.
“O objetivo único era tirá-lo da disputa presidencial e eleger o projeto fascista do Bolsonaro. É admirável a capacidade de reação do Lula ao sair da prisão e se eleger Presidente da República pela terceira vez. Certamente, não podemos nos esquecer de que o principal responsável pela eleição do fascismo no Brasil deve ser exposto, diuturnamente, a todas as consequências das suas ações”, escreveu o advogado.
Para Kakay, é “absolutamente correto” que os brasileiros e até Lula tenham dúvidas e reticências a qualquer ato que envolva o agora senador. No artigo, o advogado ironiza Moro, dizendo ele se fez indignado e politizou a discussão. “Logo ele, que se elegeu na onda da não política e do desprezo ao Parlamento. É um direito dele (Lula), urge enfrentá-lo. Como indigente intelectual que é, não será tão difícil”, disse.
A conduta do ministro Flávio Dino é usada pelo advogado como exemplo de como o caso dese ser analisado. "Polícia Federal fez um excelente trabalho de investigação independente e, ao que tudo indica, preservou a vida desse adversário político do governo. É assim que deve ser. Sem perseguir e sem proteger. Mas o caso pode sim ser questionado, nunca a atuação da Polícia Federal”, afirmou.
“Tudo que vem desse ex-juiz deve ser analisado com o devido cuidado. Dentro das regras constitucionais, é óbvio, dando a ele o benefício da presunção de inocência - contra o qual ele tanto lutou até ser derrotado por nós -, mas reconhecendo que esse cidadão não enxerga limites na luta pelo poder”, finalizou.
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.