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União Brasil decidiu rifar candidatura de Elmar para facilitar vitória de Alcolumbre no Senado, afirmam caciques do partido

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Por Jairo Costa Júnior

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União Brasil decidiu rifar candidatura de Elmar para facilitar vitória de Alcolumbre no Senado, afirmam caciques do partido

ACM Neto e Rueda teriam optado por sacrificar candidatura de deputado baiano à presidência da Câmara para pavimentar caminho de senador do Amapá

União Brasil decidiu rifar candidatura de Elmar para facilitar vitória de Alcolumbre no Senado, afirmam caciques do partido

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Por: Jairo Costa Jr. no dia 05 de novembro de 2024 às 17:02

Cardeais do União Brasil e parlamentares da bancada da Bahia no Congresso afirmam que a cúpula nacional do partido decidiu rifar a candidatura de Elmar Nascimento à presidência da Câmara dos Deputados para pavimentar a eventual vitória de Davi Alcolumbre na disputa pelo comando do Senado. Segundo a Metropolítica apurou, a percepção dos mais influentes membros da Executiva da sigla é de que o senador do Amapá tem um caminho bem melhor do que o de Elmar, sobretudo após o atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), desfazer a aliança com o deputado baiano e anunciar, de modo repentino, apoio a Hugo Motta (PP-PB), em acordo que teria passado pelo aval do Palácio do Planalto. "A posição tanto de Antônio Rueda quanto de ACM Neto (respectivamente, presidente e vice-presidente do União Brasil) foi a de que manter Elmar no páreo poderia sacrificar as costuras que estão sendo feitas para eleger Alcolumbre no Senado", confidenciou um integrante da Direção Nacional da legenda.

Ecos do passado
Desde que começaram as articulações para a sucessão no Congresso, a maioria dos líderes do União Brasil trabalhava, pelo menos em público, para que o União Brasil emplacasse Elmar Nascimento e Davi Alcolumbre, repetindo a dobradinha do extinto DEM em 2019. À época, Rodrigo Maia, principal liderança do partido no Rio de Janeiro antes da fusão do DEM com o PSL, conseguiu se reeleger presidente da Câmara dos Deputados, em movimento que também colocou o próprio Alcolumbre à frente do Senado. Depois, Neto atirou Maia na bacia das almas e esvaziou a candidatura do deputado fluminense ao terceiro mandato na Câmara, na tentativa de proteger a reeleição de Alcolumbre. O que levou ao rompimento entre os dois. Mas o Supremo barrou a reeleição para a Mesa Diretora do Congresso em uma mesma legislatura, e os planos do então DEM morreram na praia. 

Um pássaro na mão
"Assim como grande parte dos dirigentes do partido já vinham sinalizando, Rueda e Neto perceberam que seria impossível vencer as duas disputas. Ainda mais com PP, PSD, MDB e Republicanos claramente insatisfeitos com a alta concentração de poder que o União Brasil teria caso ganhasse o comando das duas Casas. Daí a opção pelo foco em consolidar a vitória apenas em Alcolumbre, que enfrenta baixa rejeição entre os senadores", emendou um deputado da Bahia com assento na Executiva da sigla.

Tiro ao alvo
A avaliação é a mesma entre parlamentares de outros partidos da bancada baiana. "O União Brasil não tinha outra alternativa, a não ser apostar todas as fichas em Alcolumbre e deixar que Elmar fosse desidratado, como de fato ocorreu. Se não fizesse isso, poderia realmente ficar sem a Câmara e sem o Senado", avaliou um dos deputados ouvidos pela coluna. A estratégia deu certo. Na manhã desta terça-feira (05), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou apoio à candidatura do senador amapaense. Horas depois, foi a vez da bancada petista engordar a lista composta ainda, além do União Brasil, por PP, PL, PDT e PSB. Com isso, Alcolumbre já soma 44 votos, do total de 81. Ou seja, mais da metade.

Briga paralela
Para lideranças da oposição e da base aliada ao PT na Bahia, o naufrágio da candidatura de Elmar Nascimento interessa particularmente ao PSD, que não deseja ver o União Brasil fortalecido para 2026. "Hoje, União e PSD travam uma guerra de poder velada dentro do centrão. E como se sabe o PSD nasceu da costela do antigo DEM, em uma operação costurada pessoalmente pelo alto escalão do PT da Bahia, que trabalhou pesadamente para esvaziar a sigla e absorver os dissidentes do grupo liderado por ACM. Agora, deixar que o criador ganhe fôlego com o comando da Câmara e do Senado para engolir a criatura lá na frente é algo que Gilberto Kassab (presidente nacional do PSD) não quer nem ouvir falar", ponderou um parlamentar baiano com longa quilometragem no Congresso.

Perdão, chefe!
Em outra sucessão, a da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), o cenário também não parece nada animador para Elmar Nascimento. É que lá o atual presidente da Casa, Adolfo Menezes (PSD), seu arqui-inimigo, ganhou apoio de praticamente todos os seis deputados estaduais que fazem parte da "bancada de Elmar", como é chamada a tropa de choque aliada a ele na Alba. Apesar de ligadíssimo a Elmar, Marcinho Oliveira (União Brasil) aderiu oficialmente ao palanque de Adolfo na corrida pelo terceiro mandato, junto a Manuel Rocha (União Brasil), Emerson Penalva (PDT), Fabricio Pancadinha (Solidariedade) e Robinho (União Brasil). Só Junior Nascimento (União Brasil), primo de Elmar, não seguiu o pelotão. Também não afirmou que se recusaria a votar em Adolfo.