Justiça
MP-BA: decisão de Toffoli impede que investigações tenham continuidade
Órgão informou que espera e confia que o presidente da Suprema Corte reavalie a sua decisão
Foto: Carlos Augusto
O Ministério Público da Bahia (MP-BA), por meio de nota divulgada, nesta quinta-feira (18), externou sua preocupação para os efeitos negativos que a decisão liminar do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, que suspendeu os processos e investigações em que houve compartilhamento de informações fiscais por órgãos administrativos ao Ministério Público sem anuência prévia da Justiça, pode ocasionar ao trabalho da instituição.
O órgão estadual alerta que, caso os demais ministros sigam o entendimento do presidente do STF, todos os processos que utilizaram tais dados poderão ser anulados na Bahia. “Ao longo dos últimos anos, as informações encaminhadas pelo COAF foram indispensáveis para que o Ministério Público pudesse dar início a importantes investigações, que resultaram em operações, denúncias e ações de combate à atuação de organizações criminosas, à lavagem de dinheiro oriundo de diversos crimes e à corrupção”, diz trecho da nota.
Ainda segundo o MP-BA, “sufocamento” financeiro destes grupos criminosos é medida indispensável no combate à criminalidade. De acordo com o órgão estadual, a decisão impede que importantes investigações já em curso tenham continuidade e, caso seja mantida, pode resultar não somente em impunidade, pois dificultará o acesso a informações sobre pessoas envolvidas em operações ilegais, como também pode ocasionar o fortalecimento de diversos grupos criminosos que atuam no país, pois tornará mais difícil chegar até eles. Por tais razões, o Ministério Público baiano disse que “espera e confia que o presidente da Suprema Corte reavalie a sua decisão”.
A decisão de Toffoli foi dada em resposta a um pedido do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e pode beneficiá-lo em investigações que tramitam contra ele na Justiça do Rio. O senador é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro no inquérito que apura o suposto desvio de dinheiro em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
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