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Símbolo da importância da Praça Municipal para a cidade, Palácio Thomé de Souza enfrenta espécie de déjà-vu
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Denúncia de presidente da ALBA confirma existência de comércio ilegal de emendas parlamentares
Embora não tenha fornecido detalhes sobre como tal comércio se desenrola ou supostos envolvidos, Adolfo Menezes reafirmou aquilo que a maioria da população já desconfia há tempos
Foto: Pedro França/Agência Senado
Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 06 de fevereiro de 2025
A cada dia, a polêmica em torno das emendas parlamentares sob controle de deputados federais e senadores ganha novos componentes. O mais recente deles teve origem em uma entrevista concedida, quinta-feira passada (30), ao apresentador Mário Kertész, da Rádio Metropole, pelo presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Adolfo Menezes (PSD). Horas antes de ser reeleito para o terceiro mandato à frente da Alba, Adolfo fez uma denúncia suficientemente grave para ser ignorada por autoridades responsáveis pelo combate à corrupção e reforçou as suspeitas sobre a lisura dos repasses bilionários destinados todos os anos pelos integrantes do Congresso Nacional aos seus redutos políticos. Em síntese, afirmou em alto e bom som que existe um comércio clandestino de emendas.
"A briga maior é para colocar dinheiro na Saúde. Por que na Saúde? Não porque estão preocupados em salvar vidas. É porque na Saúde tem gente vendendo emenda. Essa é a escalada a que chegamos", disparou Adolfo. Desvios, superfaturamento, pagamento de propina e recursos para bancar obras que jamais foram realizadas são práticas correntes desde que a legislação obrigou o Executivo a reservar parte da receita corrente líquida para pagar emendas, tanto as individuais quanto as de bancada. Fora, é claro, as que omitem dados sobre o destino do dinheiro, a exemplo além das transferências especiais, apelidadas de Emendas Pix, ou as do orçamento secreto, já abolidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde dezembro de 2022. No entanto, é a primeira vez que um político fala abertamente sobre venda.
Embora não tenha fornecido detalhes sobre como tal comércio se desenrola ou supostos envolvidos, Adolfo reafirmou aquilo que a maioria da população já desconfia há tempos. Ou seja, que as emendas vêm sendo utilizadas para engordar o cofre de parlamentares, prefeitos, empresas e servidores públicos, eleger aliados e comprar apoio em cidades do interior. Foi justamente esse o enredo desnudado pela Operação Overclean, desencadeada em dezembro passado pela Polícia Federal contra um esquema de desvios no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), e diversas ofensivas semelhantes realizadas desde 2022. Foi isso que levou também o ministro do STF Flávio Dino a segurar repasses que descumprem as normas de transparência exigidas pela legislação. O que torna fundamental desmantelar o balcão de compra e venda de emendas denunciado pelo presidente da Alba.
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