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Após projetos fracassados e 14 anos sem barracas, orla será entregue a empresa privada

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Após projetos fracassados e 14 anos sem barracas, orla será entregue a empresa privada

Aproximadamente 3,5 mil m² de extensão de orla serão entregues a empresa em projeto de concessão

Após projetos fracassados e 14 anos sem barracas, orla será entregue a empresa privada

Foto: Metropress/Leonardo Lima

Por: Laisa Gama no dia 12 de setembro de 2024 às 00:23

Atualizado: no dia 12 de setembro de 2024 às 09:48

Reportagem publicada originalmente no Jornal Metropole em 12 de setembro de 2024

Pensar em Salvador é visualizar praias como principal atividade de lazer, areias lotadas, banhistas se refrescando nas águas mornas de mais de 100 km de orla, um verão eterno, correto? Errado. Há 14 anos, esse cenário deixou de existir na capital baiana. Com a retirada das barracas de praia e principalmente a posterior ausência de alternativa ou alternativas frustradas, boa parte da orla da capital segue submersa a um deserto de banhistas, de atividade econômica, de lazer e cultura.

Agora, 14 anos depois, um projeto promete o “renascimento” da orla. Quem sabe até com o glamour de Copacabana. Com toda essa ambição, a gestão municipal resolveu abrir uma consulta pública para que a comunidade deixe sua opiniões e sugestões para um projeto que planeja transformar trechos da Avenida Octávio Mangabeira. Mas não é só transformar. É entregar nas mãos da iniciativa privada para que ela execute as obras, promova a transformação e explore o local por 30 anos. A famosa concessão, o que acontece com as BR’s 116 e 324 na Bahia, administradas, a trancos e barrancos, pela ViaBahia de 2009 até 2034.

O contrato de concessão vai incluir a reforma e manutenção da orla com 34 novos quiosques e 70 barracas entre as praias da Boca do Rio, dos Artistas e de Pituaçu. Ao todo, são 3,5 mil metros, que serão concedidos a uma empresa. A escolha dela, segundo o edital, será feita por concorrência, cujos critérios serão “melhor técnica” e “maior preço” de outorga - valor pago pela empresa à prefeitura. O edital determina que a concessionária garanta a permanência de permissionários e os 60 comerciantes informais. Mas a preocupação não é só essa. É, na verdade, se haverá finalmente um resgate do local. Afinal, não é a primeira tentativa que mirava a orla carioca e acabou enterrando de vez a soteropolitana e deixando esses comerciantes na mão.

No verão de 2015, o então prefeito ACM Neto anunciou um projeto de requalificação com quiosques em Itapuã, Piatã e Jardim de Alah. As estruturas mais pareciam playgrounds, com vidro e alvenaria, completamente descolados do comportamento do banhista e da estética da orla de Salvador. Via licitação, três empresas construíram e locaram os espaços que nem precisaram de muito tempo para ficar às moscas. A esperança é que a história não se repita.