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Postes, muros e pontos de ônibus dão espaço à publicidade irregular e levam embora beleza da cidade

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Postes, muros e pontos de ônibus dão espaço à publicidade irregular e levam embora beleza da cidade

Pichações irregulares geram custo de R$ 45 mil por mês aos cofres municipais

Postes, muros e pontos de ônibus dão espaço à publicidade irregular e levam embora beleza da cidade

Foto: Metropress/Carla Astolfo

Por: Daniela Gonzalez no dia 11 de julho de 2024 às 00:00

Atualizado: no dia 12 de julho de 2024 às 09:16

Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 11 de julho de 2024

Nas ruas de Salvador, encontra-se de tudo. É poste oferecendo manutenção em fogão, muro prometendo trazer seu amor de volta, ponto de ônibus anun - ciando “empréstimo na hora”. Isso para não falar das figuras enigmáticas que se tornaram conhecidas na cidade graças a esses espaço, como o casal “Mário e Grey - se Amor Prefeito”. Esta última, em particular, levanta grandes mistérios para os transeuntes da capital: afinal quem é esse Mário (por aqui, garantimos que não é o Kértesz)? As pichações são campanhas políticas ou apenas um apaixonado que transforma patrimônios públicos em outdoors amorosos?

Passada toda a excentricidade dos quatro cantos da cidade e as suposições curiosas, amorosas e políticas, o que fica são muros, postes e pontos de ônibus transformados em um verdadeiro mural de mensagens que enfeia a cidade, como se já não bastassem os emaranhados de fios. Misturam-se promessas milagrosas de serviços, soluções amorosas e até facilidades financeiras questionáveis em uma galeria a céu aberto, um teatro de absurdos.

Se para alguns é de graça, para a cidade sai bem caro. O prejuízo é material, financeiro e estético. Imagine o choque ao ver sua fachada histórica favorita transformada em um mural. Pichações em prédios, vias e equipamentos públicos têm custado, em média, R$ 45 mil por mês aos cofres públicos de Salvador. Só no primeiro semestre do ano passado, foram apreendidos 35 mil peças de publicidade irregular nas ruas. Os responsáveis estão sujeitos a receber auto de infração e multa, que pode passar de R$ 1 mil/m². No final das contas, pichações e cartazes só deveriam ser lucrativos para quem vende tinta e papel.

Enquanto tenta-se definir o que é socialmente aceitável, o que deve ser promovido ou evitado, surge um ques - tionamento: como são conduzidas as fiscalizações diante da proliferação de tantos anúncios - com telefones de contato, inclusive, o que facilitaria a identificação dos responsáveis? A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) afirma realizar operações diárias. No entanto, eles continuam poluindo a cidade e ganhando fama à custas da beleza da cidade.