Trump assume presidência dos EUA; veja detalhes da cerimônia

Nesta segunda-feira (20), o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de 78 anos, toma posse para seu segundo mandato de quatro anos, tornando-se o 47º presidente do país. No entanto, este será o último governo de Trump, pois a Constituição dos EUA proíbe que uma pessoa ocupe a presidência por mais de dois mandatos. Em seu último compromisso oficial como presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden recebeu nesta manhã Donald Trump na Casa Branca. A primeira-dama Jill Biden e a primeira-dama Melania Trump também participaram do encontro. 

A cerimônia de posse começa com o juramento de Trump às 12h, horário local (14h em Brasília), conforme a 20ª Emenda da Constituição americana. Entre as figuras da política americana que chegaram ao local estão Rudy Giuliani, ex-procurador-geral-associado dos EUA, Tulsi Gabbardi, escolhida para diretoria da Inteligência Nacional, e Robert F. Kennedy Jr., que será o secretário de Saúde do país. Além deles ex-presidentes como Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton comparecem à cerimônia. O blionário Elon Musk, que assumirá cargo de conselheiro no novo Departamento de Eficiência Governamental do governo está presente. 

Devido às condições climáticas extremas, a tradicional cerimônia de posse ao ar livre será realizada dentro do Capitólio. A última vez que isso ocorreu foi em 1985, quando Ronald Reagan assumiu seu segundo mandato. O evento será mais intimista, pois ocorrerá na Rotunda do Capitólio, uma área circular no centro do edifício. A mudança no local resultará em um público reduzido, bem abaixo da quantidade de pessoas que normalmente comparece ao National Mall, onde a posse presidencial costuma ser celebrada ao ar livre. Este ano, aproximadamente 250 mil pessoas estão com ingressos para a cerimônia no espaço aberto.

Durante seu discurso de posse, Trump se mostrou otimista com os próximos anos de governo, afirmando que a "Era de ouro" dos EUA começa hoje. "Em todos os dias da admistração Trump, eu simplesmente vou colocar os EUA em primeiro lugar. Nossa soberania será reconquistada, nossa segurança será restaurada, as balanças da justiça serão novamente reequilibradas e as armas injustas desse sistema político chegarão ao fim", afirmou. Ele alegou que "a América será em breve maior, muito mais forte e muito mais excepcional do que jamais foi vista".  

O republicano afirmou que o governo anterior, do democrata Joe Biden, não soube gerenciar uma "pequena crise doméstica" e, ao mesmo tempo, tropeça em lidar com eventos no mundo todo. "Não conseguimos proteger os nossos cidadãos e [o governo anterior deu] proteção para criminosos perigosos que entraram ilegalmente no nosso país", declarou sobre a gestão das fronteiras dos EUA. Ele prometeu a proibição da entrada de novos imigrantes e fortalecimento da fronteira sul com o México. Trump ainda afirmou que assinará uma ordem executiva para "cessar imediatamente toda a censura governamental e trazer de volta a liberdade de expressão à América". Neste momento do discurso, apoiadores do presidente o aplaudiram de pé. Entre os que permaneceram sentados estavam Kamala Harris, Joe Biden, Jill Biden e Bill Clinton.

A orientação do mandato sobre a política internacional foi ressaltada como uma das principais preocupações do presidente. "A América vai retomar o seu lugar como a nação mais poderosa, mais respeitada na Terra, inspirando a admiração do mundo todo. Em pouco tempo, nós vamos mudar o nome do Golfo do México para o Golfo da América", pontuou. Ele ainda cita o canal do Panamá e diz que o local será retomado pelos Estados Unidos.

Trump diz que acabará com o que ele diz ter sido uma política governamental de trazer raça e gênero para "todos os aspectos da vida pública e privada" e firma que pretende criar uma sociedade que "não vê cor" e que é "baseada no mérito". Diz ainda que, a partir de hoje, a política oficial do governo será de que existam apenas dois gêneros: masculino e feminino.

Em mensagem enviada a Trump nesta segunda-feira (20), o Papa Francisco disse esperar que não haja espaço para ódio, discriminação e exclusão durante a presidência dele. "Espero que os americanos prosperem e que sempre se esforcem para construir uma sociedade mais justa, onde não haja espaço para ódio, discriminação ou exclusão", diz trecho da mensagem.