Presidente do Quênia decide suspender PL tributária que gerou protestos violentos no país

O presidente do Quênia, William Ruto, informou nesta quarta-feira (26) que retrocedeu sobre o projeto de lei tributária que gerou uma onda de protestos violenta contra o aumento de impostos no país, e levou a uma invasão ao Parlamento na terça-feira (25). 

“Depois de ter escutado atentamente o povo do Quênia, que disse forte e claro que não quer ter nada a ver com essa lei financeira, abaixo a cabeça e não a assinarei, e, portanto, será retirada”, afirmou Ruto em um discurso à nação.

Com a aprovação do texto pelo Parlamento, as manifestações foram intensificadas. A proposta buscava arrecadar US$ 2,3 bilhões com o aumento das tributações no país, que teve seu PIB consumido pelos juros da dívida. Agora, o texto deve ser novamente enviado ao Legislativo com uma série de emendas e pontos-chave para alterações. 

 

De acordo com a Comissão do Quênia para os Direitos Humanos (Knhrc), pelo menos 22 pessoas foram mortas em confronto com agentes de segurança durante os protestos. A presidente da Knhrc, Roseline Odede, disse em entrevista à Citizen TV que este é o número mais alto de vítimas em um único dia de manifestações na história do país.

A entidade destacou a atipicidade do nível de violência empregado contra pessoas jovens e desarmadas. Segundo a polícia local, cerca de 20 agentes ficaram feridos e uma viatura foi vandalizada e queimada. O edifício do Parlamento e outros escritórios administrativos também foram incendiados.