Esportes
Em conversa, Robinho relata a amigo estupro de jovem e sexo oral: 'Isso não significa transar'
Atleta foi condenado pela justiça italiana por violência sexual de grupo contra uma jovem de origem albanesa
Foto: Ivan Storti/SFC
A sentença da Justiça italiana que condenou o atacante brasileiro Robinho e um amigo a nove anos de prisão por violência sexual de grupo contra uma jovem de origem albanesa apontou diálogos do jogador onde ele relata o estupro que teria sido cometido. As conversas foram gravadas em interceptações telefônicas durante investigação. As informações foram divulgadas pelo site Globoesporte.com.
A decisão do Tribunal de Milão, de novembro de 2017, ainda não é definitiva e foi contestada pelas defesas do jogador do Santos e de Ricardo Falco, o outro acusado brasileiro no crime. Os advogados dos dois apresentaram recurso, e a Corte de Apelo de Milão vai iniciar a análise do processo, em segunda instância, no dia 10 de dezembro.
O caso aconteceu numa boate de Milão chamada Sio Café na madrugada do dia 22 de janeiro de 2013. Além de Robinho e Falco, outros quatro brasileiros teriam participado do ato classificado pela Procuradoria de Milão como violência sexual. Como esses quatro deixaram a Itália no decorrer da investigação, eles estão sendo processados num procedimento à parte, disse ao ge o advogado Jacopo Gnocchi, que representa a vítima. Ao ser interrogado, em abril de 2014, Robinho admitiu a relação sexual, mas negou a acusação de estupro.
Confira a transcrição:
Conversa no carro de Robinho:
Falco: –Ela se lembra da situação. Ela sabe que todos transaram com ela.
Robinho: – O (NOME DE AMIGO 1) tenho certeza que gozou dentro dela.
Falco: – Não acredito. Naquele dia ela não conseguia fazer nada, nem mesmo ficar em pé, ela estava realmente fora de si.
Robinho: – Sim.
Para a justiça italiana, as escutas realizadas a partir de janeiro de 2014 são “auto acusatórias”. Além dos telefones grampeados, a polícia instalou escutas no carro utilizado por Robinho na Itália. A sentença diz que “os conteúdos dão pleno conhecimento do que aconteceu”.
Logo no primeiro mês de monitoramento, por exemplo, uma interceptação mostrou o músico Jairo Chagas, que tocou naquela noite na boate, avisando a Robinho sobre a investigação. O jogador, segundo a transcrição, respondeu:
– Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu.
Robinho completou:
– Olha, os caras estão na merda... Ainda bem que existe Deus, porque eu nem toquei aquela garota. Vi (NOME DE AMIGO 2), e os outros foderam ela, eles vão ter problemas, não eu... Lembro que os caras que pegaram ela foram (NOME DE AMIGO 1) e (NOME DE AMIGO 2).... Eram cinco em cima dela.
Ainda em janeiro de 2014, o músico e o jogador voltaram a falar sobre o episódio. O diálogo entre os dois transcrito na sentença é o seguinte:
Robinho: –A polícia não pode dizer nada, eu direi que estava com você e depois fui para casa.
Jairo: – Mas você também transou com a mulher?
Robinho: – Não, eu tentei. (NOME DE AMIGO 1), (NOME DE AMIGO 2), (NOME DE AMIGO 3)...
Jairo: – Eu te vi quando colocava o pênis dentro da boca dela.
Robinho: – Isso não significa transar.
A investigação também reuniu outras conversas entre os amigos do jogador presentes na boate. Um deles, aqui identificado como "Amigo 4", demonstrou preocupação ao saber do início da investigação:
NOME DE AMIGO 4: – Irmão, tive dor de barriga de nervoso, eu me preocupo por você, amigo.
A resposta de Robinho, segundo a transcrição das gravações, foi:
– Telefonei a (NOME DE AMIGO 3), e ele me perguntou se alguém tinha gozado dentro da mulher e se ela engravidou. Eu disse que não sabia, porque me recordo que eu e você não transamos com ela porque o seu pênis não subia, era mole... O problema é que a moça disse que (NOME DE AMIGO 1), (NOME DE AMIGO 2) e (NOME DE AMIGO 3) a pegaram com força.
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