Torcida do Bahia faz “carnaval” na Bolívia após 36 anos fora da Libertadores

A dez dias da abertura oficial da folia soteropolitana, na última segunda-feira (17), a torcida do Bahia transformou o aeroporto de Salvador em um verdadeiro circuito de Carnaval. A multidão tricolor ocupou o espaço para marcar a despedida da equipe rumo a Bolívia para enfrentar o The Strongest pela Libertadores. Em La Paz, não foi diferente, os torcedores ocuparam bares e ruas vestidos de azul, vermelho e branco.

Não é para menos, afinal o primeiro clube brasileiro a disputar a Libertadores, em 1960, volta à competição depois de 36 anos. Foi o Tricolor que abriu caminho para o futebol nacional no torneio mais importante do continente, uma história de pioneirismo. 

A partida acontece no estádio Hernando Siles nesta terça-feira (18), às 21h30 (horário de Brasília). Desde cedo, em Salvador, há mais de 4 mil km de La Paz, um ar diferente já tomava conta da primeira capital do Brasil, com camisas tricolores por todos os lados. Do vendedor de cafezinho ao dono do restaurante e até o cobrador do ônibus, com sua toalha tricolor que tampava a entrada do sol pela janela.

“Rumo a libertadores”
O que era somente uma frase hipotética, uma brincadeira com fundo de desejo da torcida, se tornou realidade, após longos percalços. No ano de 2024, uma equipe de milhões de reais, após injeção de dinheiro histórica do Grupo City, levou o torcedor a sonhar cada vez mais alto. 

Somente na última rodada do Campeonato Brasileiro, em dezembro, a tão sonhada classificação chegaria. Com ela, uma sensação indescritível, um sentimento que boa tarde da torcida nem conhecia. Muitos, apenas através de histórias contadas. Reafirmando sua essência, O pioneiro voltou. Foram quatro participações no torneio mais importante do continente - 1960, 1964, 1989 e agora, 2025. O primeiro a representar o Brasil na competição e o único do estado no torneio.

O assunto mais comentado da cidade, pela proximidade do festejo, deveria ser o Carnaval, a maior festa de rua do mundo, que transforma Salvador por sete dias. Mas, nas esquinas, nos bares, nas rodas de conversa, o tema predominante é outro. O Bahia que enfrentará a altitude, que fez do Aeroporto Internacional de Salvador um verdadeiro circuito Barra-Ondina e que voltou ao lugar que sempre foi seu por essência.