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Quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

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Histórico: Clubes nordestinos ascendem no futebol nacional e betem recorde na Série A

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Histórico: Clubes nordestinos ascendem no futebol nacional e betem recorde na Série A

Bahia, Fortaleza, Ceará, Sport e Vitória vão disputar a Série A do Brasileirão em 2025

Histórico: Clubes nordestinos ascendem no futebol nacional e betem recorde na Série A

Foto: Victor Ferreira/Rafael Rodrigues/Felipe Santos/Paulo Paiva/Leandro Moreira

Por: Isabelle Corbacho no dia 05 de dezembro de 2024 às 13:03

O ano de 2025 será histórico para o futebol brasileiro: pela primeira vez na era dos pontos corridos, cinco clubes do Nordeste – Bahia, Fortaleza, Ceará, Sport e Vitória – estarão juntos na série A. Essa conquista inédita representará cerca de 25% do campeonato, um recorde que ressalta um marco que vai além do campo: uma resposta social, política e econômica para uma região historicamente subestimada, mas de amor incondicional ao futebol. 

Durante décadas, clubes nordestinos enfrentam um cenário desigual em relação aos clubes do eixo sul-sudeste. Não é à toa que as maiores torcidas na região continuam sendo Flamengo e Corinthians. Uma pesquisa do Datafolha, divulgada em novembro, aponta que apenas um a cada quatro nordestinos torcem para times da região. Mas o cenário, aos poucos, vem mudando. No mesmo levantamento do ano anterior, o índice não chegava nem a um a cada cinco nordestinos. 

O passo ainda é curto, mas significativo, porque, com menos recursos financeiros e menor visibilidade nos canais de comunicação, as equipes da região precisaram superar barreiras estruturais. É preciso criar maneiras de se reinventar e fomentar a paixão do seu torcedor. Nesta semana, Yuri Romão, presidente do Sport, deu uma sugestão em entrevista ao podcast CastFC. Ele disse que chegou a propor uma reunião entre clubes do Nordeste. "A geopolítica do futebol mudou.  A gente tem que estar junto", disse.

A virada de chave

A reconquista da relevância no cenário nacional tem muito a ver com a retomada da Copa do Nordeste em 2013, que se consolidou como um motor para o fortalecimento do futebol regional ao oferecer mais calendário, mais visibilidade e um nível de competitividade maior que os campeonatos estaduais. Foi a partir desse retorno que os times começaram a colher frutos de gestões mais equilibradas e comprometidas, já que o formato da competição estimula o torcedor, gera uma exposição e a possibilidade de atrair sócios e novos investidores e patrocinadores que enxergam na competição uma oportunidade de se associar a marcas fortes e a um público cativo.

Mais do que movimentar o esporte, essa ascensão dos clubes no campeonato brasileiro tem um impacto direto na economia e na autoestima da região, já que grandes jogos são capazes de aquecer o comércio local, aumentando o turismo e gerando empregos que vão desde vendedores ambulantes até os setores de transporte e hotelaria. 

Socialmente, a presença de cinco clubes nordestinos na Série A é um marco de democratização do futebol brasileiro. Ela reafirma que, apesar da disparidade existente na região, os clubes foram sinônimos de resistência, mantendo viva a essência de estádios lotados e simbolizando nas suas torcidas a identidade de um povo.