
Educação
Servidores municipais da Educação definem paralisação e indicativo de greve em protesto pelo piso salarial
Docentes recebem cerca de R$ 2 mil abaixo do valor estabelecido pelo Ministério da Educação

Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
Após uma série de mobilizações nas últimas semanas, os profissionais da Educação Municipal aprovaram um indicativo de greve, isto é, uma previsão de data para o início da paralisação, para o dia 6 de maio. A categoria também deliberou, em uma assembleia realizada pela APLB Sindicato realizou nesta terça-feira (15), em frente à Prefeitura de Salvador, a realização de uma paralisação de 48 horas nos dias 23 e 24 de abril.
Os servidores vem agindo para cobrar o piso salarial dos servidores. Os encontros são para avaliar os encaminhamentos da campanha de pagamento do valor nacional fixado em R$ 4.867,77 pelo Ministério da Educação (MEC), em 2025. Atualmente, os docentes do município recebem, em média, R$ 2.800, de acordo com a Câmara Municipal de Salvador. No fim de março, o vereador professor Hamilton Assis (PSOL) apresentou o Projeto de Indicação nº 129/2025, solicitando que o Executivo Municipal pague o valor estabelecido.
Segundo a APLB, “a defesa do piso é uma luta legítima e amparada pela legislação, e a mobilização da categoria segue firme até que haja uma resposta concreta e respeitosa por parte da gestão municipal”. No dia 17 de fevereiro, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB), em parceria com o Coletivo de Coordenadores Pedagógicos da Rede Municipal de Salvador, enviou à Secretaria Municipal da Educação (Smed) uma solicitação de reajuste do piso. Sem retorno da pasta, os professores realizaram um protesto no dia 12 de março em frente à sede da secretaria.
De acordo com Denise Souza, uma das líderes do Coletivo de Coordenadores Pedagógicos, desde a entrega da solicitação, os servidores aguardam diálogo para a negociação. ““A categoria não suporta mais as condições de trabalho e a falta de valorização”, afirma.
Sancionada em julho de 2008, a Lei n° 11.738, conhecida como Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), estabeleceu, naquele ano, o valor mínimo a ser recebido pelos profissionais do magistério público da educação básica. Há 13 anos, no entanto, o pagamento do piso deixou de acontecer. A coordenadora Denise relembra que a greve de 2018, que durou mais de um mês, ocorreu porque mesmo com uma portaria do Ministério da Educação determinando um reajuste de 6,81%, a porcentagem apresentada pelo município foi de 2,5%.
O argumento apresentado pela Prefeitura, segundo Denise, é “não haver dinheiro suficiente”, a professora, no entanto, destaca que o artigo 4 da lei do Piso diz que se o município não tiver recurso suficiente para pagar o piso salarial dos professores, é preciso que as contas sejam apresentadas ao governo federal para a complementação dos recursos.
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