Haddad se diz “seguro” sobre cumprimento de meta fiscal e cita pagamento de calotes do governo Bolsonaro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse estar muito seguro sobre o cumprimento da meta fiscal pelo governo federal em 2025. Durante a entrevista coletiva, na manhã desta quinta (28), para detalhar o pacote de medidas de corte de gastos, o chefe da equipe econômica do governo federal rebateu as críticas sobre a preocupação com o cumprimento do arcabouço fiscal e chegou a citar o pagamento de mais de R$ 100 bilhões referentes a “calotes deixados” pelo governo de Jair Bolsonaro. 

“Às vezes, eu fico vendo notícias que dizem que o governo não está comprometido com o arcabouço fiscal. Foram bloqueados R$ 20 bilhões de despesa e a arrecadação cresceu, neste ano, em termos reais, 10% acima da inflação, combatendo sonegação e pivilégio”, disse Haddad. “Então se não estivéssemos cuidando da parte fiscal, não estaríamos cumprindo a meta fiscal que era muito exigente esse ano”, complementou.

Segundo o ministro, o desafio enfrentado para o cumprimento da meta fiscal tinha grande contribuição do déficit causado pelos calotes deixados pelo governo anterior, que representavam, segundo ele, 2% do PIB no ano passado. “Só de calote, nós pagamos mais de R$ 100 bilhões. Entre estados e precatórios tivemos que indenizar R$ 120 bilhões de calote deixado pelo governo anterior”, detalhou.

“Então era um desafio grande trazer o déficit para perto do equilíbrio. E estamos conseguindo fazer isso. Estamos com meta zero e banda de 0,25% do PIB e o ano que vem estou muito seguro de que, com as medidas que estão sendo tomadas, vamos ter êxito de cumprir as metas”, finalizou.