Sábado, 08 de março de 2025

Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp

Home

/

Notícias

/

Cultura

/

Ministra da Cultura, Margareth critica penalização de escola de samba por 'excesso de termos em Iorubá'

Cultura

Ministra da Cultura, Margareth critica penalização de escola de samba por 'excesso de termos em Iorubá'

“Isso não é só um erro de julgamento, é um desrespeito à nossa ancestralidade. O samba nasceu da resistência! Todo apoio à Unidos de Padre Miguel e a todas as escolas que levam a cultura afro-brasileira para a avenida com orgulho!”

Ministra da Cultura, Margareth critica penalização de escola de samba por 'excesso de termos em Iorubá'

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Por: Metro1 no dia 08 de março de 2025 às 16:58

Atualizado: no dia 08 de março de 2025 às 18:58

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, usou suas redes sociais para criticar a perda de pontos da Unidos de Padre Miguel (UPM) no Carnaval deste ano, devido ao "excesso de termos em Iorubá" no samba-enredo da escola.

“Isso não é só um erro de julgamento, é um desrespeito à nossa ancestralidade. O samba nasceu da resistência! Todo apoio à Unidos de Padre Miguel e a todas as escolas que levam a cultura afro-brasileira para a avenida com orgulho!”, afirmou Margareth.

Em sua postagem, a ministra afirmou que a penalização era “inaceitável” e questionou a decisão, destacando que o Iorubá é uma das línguas fundamentais da cultura brasileira, especialmente ligada ao samba e às religiões de matriz africana.

O enredo da Unidos de Padre Miguel deste ano abordava a trajetória de Iyá Nassô e do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, o mais antigo templo afro-brasileiro ainda em funcionamento. A escola justificou a inclusão de palavras em Iorubá, afirmando que elas são essenciais para vivenciar o Axé da Casa Branca e para simbolizar a resistência do Axé de Iyá Nassô, iorubá de Oyó. Segundo a UPM, o uso do idioma é uma forma de contextualizar a vida e trajetória dessa importante figura histórica.

"O samba nasceu da resistência! Todo apoio à Unidos de Padre Miguel e a todas as escolas que levam a cultura afro-brasileira para a avenida com orgulho!", escreveu a ministra.

A UPM, ao tomar conhecimento da nota 9,9 que recebeu, classificou a situação como "inaceitável" e apontou que a penalização escancarava o racismo religioso ainda presente no Brasil. Em suas redes sociais, a escola afirmou que a oralidade sagrada da religião afro-brasileira "não é erro, não é excesso e muito menos pode ser silenciada". A escola terminou o desfile em último lugar entre as 12 do Grupo Especial do Rio de Janeiro, caindo para a Série Ouro do carnaval carioca, apenas 1,1 ponto atrás da Mocidade Independente de Padre Miguel.