Dada como falsa, tela de Tarsila do Amaral é autenticada e tem valor triplicado: R$60 milhões

"Paisagem 1925", tela recém-descoberta e atribuída à pintora Tarsila do Amaral (1886-1973), teve a autenticidade confirmada por perícia técnica no início desta semana, após ter a autoria questionada no mercado da arte. A confirmação foi dada pela OMA Galeria e pela Tarsila S.A, sob tutela da família da artista, que contratou a perícia para investigar a obra.

Em abril, a tela foi levada pela galeria OMA à feira SP-Arte com autoria atribuída a Tarsila. Galeristas, porém, afirmaram não acreditar tratar-se de uma obra autêntica da pintora que é um dos principais nomes do modernismo brasileiro, autora do icônico "Abaporu" (1928).

"Não preciso vê-la de perto para ter certeza disso", disse o diretor-presidente da Bolsa de Arte, Jones Bergamin, em entrevista ao jornal O Globo, na época. Ele foi responsável pela venda de "A Caipirinha" — até então, a pintura brasileira mais cara da história.

Douglas Quintale, convocado pela família de Tarsila para conduzir o processo de avaliação e certificação da obra, afirmou, de acordo com informações divulgadas para a imprensa: "Atualmente, é impossível, por mais que uma pessoa conheça obras de arte ou a produção de um artista, dizer se uma obra é falsa ou verdadeira apenas pelo aspecto plástico ou exame visual. São disciplinas e ciências afins que vão comprovar e corroborar premissas para uma conclusão objetiva".

Quando foi levada à OMA, a tela seria vendida por R$ 16 milhões. Agora, o valor de mercado saltou para R$60 milhões, tornando essa a obra mais valiosa de Tarsila do Amaral.