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Biblioteca do historiador Cid Teixeira está à venda, mas instituições locais ainda não demonstraram interesse

Cultura

Biblioteca do historiador Cid Teixeira está à venda, mas instituições locais ainda não demonstraram interesse

Vendidos por R$ 100 mil, um valor abaixo do mercado, os 18 mil volumes interessaram a USP e à Biblioteca do Senado

Biblioteca do historiador Cid Teixeira está à venda, mas instituições locais ainda não demonstraram interesse

Foto: Arlete Soares / Divulgação

Por: Metro1 no dia 08 de agosto de 2024 às 10:10

Está à venda a biblioteca com 18 mil livros do historiador Cid Teixeira (1924-2021) — um dos mais dedicados guardiões da história da Bahia. O acervo está sendo negociado por uma cifra até modesta: R$ 100 mil. “Um preço simbólico, bem abaixo do valor de mercado”, afirmou Cid Neto, um dos três netos do historiador. “A família do professor Cid decidiu solicitar um pequeno valor, apenas para cobrir despesas de armazenamento e também para garantir que o acervo seja comprado de forma unificada”, justificou.

Entre os destaques da biblioteca, que ocupa um apartamento de quatro quartos no bairro da Pituba, acomodado em estantes metálicas e sobre móveis, estão livros sobre política, direito e costumes no Brasil durante o período colonial; jornais com anúncios de época, incluindo a venda de escravos; coleções de diários de viajantes; sobre a Segunda Guerra Mundial; além de livros de arte autografados por nomes como Carybé e Pierre Verger.

Até o momento, o acervo recebeu visitas interessadas tanto de pessoas físicas como de instituições públicas, privadas e sebistas. A Universidade de São Paulo (USP) e a biblioteca do Senado demonstraram interesse. No entanto, o desejo da família é manter as obras na Bahia e nem a UFBA nem outra instituição local demonstrou o mesmo interesse.

“Caso não haja interesse em adquirir as obras, podemos considerar a possibilidade de vendê-las para instituições ou empresas fora da Bahia”, disse Cid Neto.

Em março deste ano, o Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IGHB) se pronunciou sobre o futuro do acervo de Cid Teixeira. O instituto fez um “Apelo Público” para que a Bahia “não perdesse um dos maiores acervos bibliográficos sobre sua história”. “Corre o risco de deixar o estado caso nenhuma pessoa ou instituição se mobilize”, escreveu o instituto em nota.

Na época, o presidente do IGHB, Joaci Góes, classificou o acervo de Cid como “um tesouro que a Bahia não pode perder”. “A entidade que preside está liderando essa campanha para sensibilizar a sociedade baiana e os poderes públicos a fim de manter um ‘acervo tão precioso’”, disse.

Uma comissão nomeada pelo Instituto visitou o apartamento do professor. De lá, o grupo saiu com a impressão sintetizada pelo diretor da Biblioteca Ruy Barbosa, Jorge Ramos: “É inconcebível que nossas instituições, empresas públicas ou privadas, deixem sair da Bahia uma das maiores e mais expressivas coleções sobre o nosso rico e importante passado”.