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Gil fala sobre uso de maconha aos 82 anos: "É cada vez menos frequente. Ficar quieto já é muito difícil"

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Gil fala sobre uso de maconha aos 82 anos: "É cada vez menos frequente. Ficar quieto já é muito difícil"

O artista fez aniversário poucos dias depois do STF formar maioria pela descriminalização do porte da droga no Brasil

Gil fala sobre uso de maconha aos 82 anos: "É cada vez menos frequente. Ficar quieto já é muito difícil"

Foto: Divulgação

Por: Metro1 no dia 27 de junho de 2024 às 07:30

Gilberto Gil, que comemorou 82 anos nesta quarta (26), falou mais uma vez sobre o uso de maconha. "Eu tinha vontades novas na vida, queria descobrir coisas, e para isso me juntar àqueles que praticavam coisas com as quais eu tinha um mínimo de identificação, de atração", disse o artista em entrevista à revista Breeza, especializada no universo da cannabis. 

O baiano continuou: "Dentre os hábitos da minha geração, um deles era as experiências com expansores de estados de consciência, então eu acho que tava de acordo, compatível com um momento da vida, a minha idade, o meu impulso daquele momento".

Coincidência ou não, poucos dias antes do aniversário de Gil, o Supremo Tribunal Federal formou maioria para a descriminalização do porte de maconha no Brasil. 

O autor de "Refazenda", música que ele já revelou ter composto sob efeito da erva, disse ainda que sua curiosidade não se ateve apenas à marijuana: "Foi natural na minha vida que eu tivesse aqueles impulsos e desejos que me levavam àqueles hábitos e práticas. Durante muitos anos experimentei a cannabis, o peiote, o ácido lisérgico, a ayahuasca, experimentei vários transformadores, expansores de consciência porque, afinal de contas, estavam na pauta. Eram coisas pautadas pelo meu povo, pela minha geração, pelos meus iguais, pelos meus colegas".

Além disso, ele falou sobre sua relação com as drogas atualmente: "É cada vez menos frequente. Tenho nenhum impulso, nenhuma vontade de forçar os processos de transformação da realidade através de situações mentais porque não tenho vontade disso, não tenho mais. Não tenho inclusive energia suficiente para isso".

E continua: "As transformações de estado de consciência através de substâncias… é uma exigência, pelo menos pra mim, pra minha pessoa e condição, é uma coisa de muita exigência física, exigência mental, então não tenho gosto, não tenho ímpeto e nem coragem pra fazer esses exercícios de expansão mental tão exigentes [risos]".

"Viver com a quase quietude cotidiana da minha mente e do meu corpo já é um esforço cada vez maior. Com o envelhecimento, com a idade, essas coisas ficam mais difíceis, por isso que falei também da coragem. Não tenho mais coragem de ficar enfrentando todos esses redemoinhos que vêm junto com essas experiências. Ficar quieto já é muito difícil [risos]", concluiu.