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Com Parkinson, Eduardo Dusek emociona plateia e artistas e ainda brinca: 'Facilita a masturbação'

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Com Parkinson, Eduardo Dusek emociona plateia e artistas e ainda brinca: 'Facilita a masturbação'

O cantor e compositor participou do programa "Altas Horas" em homenagem a Ney Matogrosso

Com Parkinson, Eduardo Dusek emociona plateia e artistas e ainda brinca: 'Facilita a masturbação'

Foto: Reprodução TV Globo

Por: James Martins no dia 27 de maio de 2024 às 08:30

Atualizado: no dia 27 de maio de 2024 às 08:47

Eduardo Dusek, 66, participou do programa "Altas Horas" deste sábado (25), que homenageou Ney Matogrosso. Amparado por uma cadeira de rodas, o cantor e compositor falou com o bom humor de sempre sobre o diagnóstico de Mal de Parkinson que recebeu há cerca de 10 anos. "Eu tenho Parkinson. Pra quem não sabe, é uma doença muito chique, tem até uma avenida — a Parkinson Avenue", brincou o autor de "Rock da Cachorra".

Em uma apresentação comovente e inspirada, Dusek cantou "Seu Tipo", música que compôs com Luiz Carlos Góes para Ney e que se tornou a faixa-título do quinto LP solo do cantor (após a saída dos Secos & Molhados), lançado em 1979.  

Além da plateia, do apresentador Serginho Groissman e do próprio Ney Matogrosso, os outros convidados Beto Lee, Roberto de Carvalho, Tony Belotto, Branco Mello, Sergio Britto, Seu Jorge, Ana Cañas, Ritchie e Duda Brack pareciam siderados pela resiliência e força do artista, que sempre teve no humor uma das bases de seu trabalho, combinando no palco habilidade musical e performance pré-stand up comedy.

"A doença não pode te dominar. Você diz que ela é um fator de eliminação. E é um fator de eliminação. Mas eu rio de tudo", disse Dusek a certa altura.

E continuou: "Quando eu cheguei no médico, ele deu o diagnóstico depois de duas horas. Aí eu perguntei quais são os sintomas. Ele falou 'rigidez e tremor nas mãos'. Aí eu falei que pelo menos facilita a masturbação. Tem uma coisa boa aí".

Entre outras piadas que fez com a própria condição, ele disse ainda: "Esse não é um show com tremor. É um tremendo show".

De fato, a voz de Eduardo Dusek manteve, durante toda a interpretação, aquele pathos embargado que a caracteriza, como se não fora afetada pela doença que, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge 200 mil pessoas no Brasil.

No final da apresentação do artista, Serginho não se conteve e gritou repetidas vezes: "Viva a alegria de Eduardo Dusek! Viva a alegria!!!".